Próxima semana tem decisões políticas e oportunidade em WEGE3

Panorama de 20 a 26 de julho de 2025

Os mercados domésticos encerraram a semana sob forte pressão, refletindo a crescente tensão política interna que se soma às preocupações com a guerra comercial entre Brasil e Estados Unidos. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir judicialmente o ex-presidente Jair Bolsonaro gerou expectativas de retaliação por parte do governo de Donald Trump, mantendo os investidores na defensiva. Analistas apontam que esse cenário complica as já difíceis negociações com os americanos em relação à tarifa de importação de 50% e pode enfraquecer as candidaturas de direita para as eleições de 2026. Como resultado, o Ibovespa registrou uma queda de 1,61%, fechando a 133.381,58 pontos, o menor patamar em quase três meses, acumulando perdas de 2,06% na semana.

A perspectiva para a próxima semana é de continuidade da influência da guerra comercial iniciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, na precificação dos ativos financeiros em nível global. Com uma agenda de indicadores econômicos fraca, a atenção se voltará ainda mais para esse embate. No Brasil, a situação não será diferente; o país permanece sob a ameaça de uma tarifa de 50% sobre suas exportações para a maior economia do mundo, e, até o momento, não há sinais de avanço nas negociações ou de denominadores comuns que possam levar a um acordo. A ausência de perspectivas para uma solução no curto prazo mantém um clima de incerteza para os mercados nacionais.

Panorama do Ibovespa 

O Ibovespa encerrou a semana com forte pressão vendedora e acumula queda de cerca de 5,5% em relação à máxima recente, de 141.600 pontos. O movimento levou o índice a uma faixa de suporte técnico entre 133.800 e 133.300 pontos, destacada por Filipe Borges, analista técnico da NMS Research, como um possível ponto de inflexão.

“É uma região importante de parada. A queda recente foi forte e consistente, nos últimos dez pregões, apenas um fechou no zero a zero e outro em leve alta. Todos os demais foram negativos”, afirma Borges. Segundo ele, o índice também trabalha próximo a uma retração de 50% do movimento de alta iniciado nos 122 mil pontos. “Se o Ibov cair mais um pouco, pode buscar os 132 mil a 132.500 pontos. Mas, tecnicamente, é uma zona de atenção onde pode ocorrer um repique nos próximos dias”, completa.

Dicas de Trades

WEG [WEGE3]

A ação da WEG entrou no radar de compra com base em formações técnicas favoráveis. O papel trabalha em região de suporte que resiste desde 2020 e, após desvalorizar mais de 33% desde a máxima, começa a apresentar sinais de recuperação.

“Estamos vendo uma formação de pinça de alta no gráfico semanal e um candle mensal que pode fechar com sinal muito bonito de compra”, destaca Filipe Borges. O analista projeta alvos de curto prazo entre R$ 54,00 e R$ 59,00, mas vê potencial para uma valorização mais expressiva. “Se confirmar o rompimento, é possível que a ação busque patamares entre R$ 80,00 e R$ 100,00 nos próximos meses”, diz.

Rede D’Or [RDOR3] 

A Rede D’Or iniciou uma formação de pivô de baixa e perdeu o fundo de R$ 32,85, o que indica possibilidade de novas quedas no curto prazo. O ativo agora testa suporte em R$ 31,40 e pode recuar até a faixa dos R$ 30,25, segundo Filipe Borges.

“Se vier essa queda de aproximadamente 9%, pode surgir uma boa oportunidade de compra. O gráfico mensal está interessante, especialmente se respeitar a retração na faixa dos R$ 30,50”, afirma o analista. Ele recomenda cautela e atenção ao ativo nas próximas semanas. “Vale a pena monitorar com um alerta abaixo dos R$ 31,00 para avaliar o momento certo de entrada”, orienta.

Hashdex Nasdaq Crypto [HASH11]

O Hashdex Nasdaq Crypto ETF teve uma semana positiva, refletindo o bom desempenho do Bitcoin e do Ethereum. O ativo subiu 4,83% nos últimos cinco pregões e já acumula valorização de 17,7% no mês.

“O movimento confirma o que vínhamos destacando: o mercado cripto está forte e isso se traduz diretamente no preço do HASH11”, comenta Filipe Borges. O analista projeta que o ativo tem espaço para buscar os R$ 99,00 e, caso rompa esse nível, o próximo alvo fica entre R$ 130,00 e R$ 180,00.

Indicadores econômicos

No Brasil, além das tarifas de Trump, o tema fiscal permanece no radar, com a divulgação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas Primárias, na terça-feira. A manutenção parcial da alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo STF deu certo alívio ao governo, mas não elimina a pressão por novos bloqueios e cortes no Orçamento. Na sexta-feira, será divulgada a prévia da inflação de julho, o IPCA-15, pelo IBGE.

As decisões de taxa de juros da Zona do Euro, na quinta-feira (24), e da China, no domingo (20), ficaram em segundo plano, sobretudo diante da expectativa de manutenção das taxas pelas duas autoridades monetárias. A temporada de balanços prossegue nos EUA, com destaque para Tesla e Alphabet (dona do Google). Neoenergia, Weg, Multiplan e Usiminas dão o pontapé inicial na apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre.