Panorama de 9 a 14 de março
A próxima semana promete ser movimentada para o mercado financeiro, com um foco especial nos indicadores econômicos tanto no Brasil quanto no exterior. Entre os dias 9 e 14 de março, investidores acompanharão de perto a divulgação da inflação ao consumidor no Brasil e nos Estados Unidos, além de dados importantes sobre a atividade econômica nacional. A semana também marca o retorno da divulgação dos balanços trimestrais de empresas listadas na B3 e antecede a aguardada “Super Quarta”, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Federal Reserve (Fed) tomarão suas decisões sobre as taxas de juros.
No cenário internacional, o Japão dará início à semana com a divulgação de dados salariais e contas externas ainda no domingo à noite, horário de Brasília. Esses números podem reforçar a expectativa de que o Banco do Japão (BoJ) aumente os juros em maio. Já na Alemanha, a produção industrial de janeiro será revelada, mas o foco estará na formação do novo governo, que planeja elevar investimentos em infraestrutura e defesa. O euro já apresentou valorização significativa diante dessas movimentações políticas, refletindo a confiança dos investidores.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a última semana em forte recuperação, atingindo os 125.330 pontos após romper a máxima dos últimos quatro pregões. De acordo com Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research, o índice segue dentro de um padrão de alargamento no gráfico semanal, o que sugere continuidade do movimento de alta.
“A probabilidade é de que o mercado continue subindo na próxima semana, com potencial para buscar a região dos 128 mil pontos”, afirma Borges. O analista destaca que há boas oportunidades de compra para operações de swing trade, acompanhando o fluxo positivo do mercado.
Dicas de Trades
Marfrig [MRFG3]
As ações da Marfrig mostraram força no gráfico diário, criando um novo padrão de compra. No gráfico semanal, a estrutura de pivô de alta, apoiada nas médias exponenciais, reforça um cenário positivo para o ativo.
“O rompimento dos R$ 15,30 abre uma nova oportunidade de compra, com primeiro alvo na região dos R$ 18,00 e, superando essa marca, a expectativa é de que o papel alcance os R$ 22,00”, explica Borges. O stop para essa operação deve ser posicionado abaixo dos R$ 14,10.
ETF Solana [SOLH11]
O ETF de Solana se mantém sobre um forte suporte na região dos R$ 22,00, fechando a semana cotado a R$ 23,50. Segundo Filipe Borges, o ativo apresenta um bom potencial de alta nos próximos dias, caso consiga sustentar esse patamar.
“Sigo posicionado e vejo espaço para o ETF subir se romper os R$ 24,50. O primeiro alvo está nos R$ 26,90, seguido pelo fechamento de gap na região dos R$ 31,00”, aponta o analista. Por outro lado, um movimento abaixo dos R$ 21,80 pode indicar uma queda mais acentuada, o que justificaria a saída da posição.
C&A [CEAB3]
Os papéis da C&A demonstram força e indicam uma possível quebra da consolidação entre R$ 9,10 e R$ 9,60. Para Borges, o rompimento dessa faixa cria uma oportunidade de compra interessante.
“O stop pode ser posicionado abaixo do último fundo, em torno de R$ 9,45, e vejo como próximos alvos a região dos R$ 12,30 e, no cenário mais otimista, os R$ 13,40”, analisa. Caso a resistência seja superada, a ação pode atrair ainda mais investidores em busca de valorização no curto prazo.
Indicadores econômicos
Para o Brasil, a semana começa com o Boletim Focus, que poderá trazer revisões nas projeções econômicas para 2025, dado o crescimento do PIB abaixo do esperado no último trimestre de 2024. Além disso, uma série de indicadores importantes serão divulgados: o IGP-DI de fevereiro na segunda-feira, a produção industrial de janeiro na terça-feira e o IPCA de fevereiro na quarta-feira. “O mercado acompanhará atentamente os números do IPCA, pois há o risco de a inflação ultrapassar o teto da meta, pressionada pelo fim do desconto na energia de Itaipu e pelo aumento dos impostos sobre combustíveis”, explica Leandro Manzoni, economista do Investing.
Nos Estados Unidos, os holofotes estarão voltados para os dados de inflação ao consumidor e ao produtor, divulgados na quarta e quinta-feira, respectivamente. Caso os números fiquem abaixo das expectativas, o apetite ao risco dos investidores pode aumentar, uma vez que a pressão inflacionária diminuiria. Segundo Manzoni, “o Federal Reserve ainda adota um tom cauteloso em relação a cortes de juros, mas a piora no mercado de trabalho pode levá-lo a uma mudança gradual no discurso ao longo dos próximos meses”.
Além dos indicadores econômicos, a temporada de balanços das empresas brasileiras voltará com força total. Rede D’Or abre os trabalhos na segunda-feira, seguida por Azzas 2154 na terça. Os dias mais movimentados serão quarta e quinta-feira, com a divulgação de resultados de CSN, CSN Mineração, Eletrobras, Casas Bahia, Magazine Luiza e Cogna. Vale destacar que, a partir de segunda-feira, a B3 passará a operar em novo horário devido ao início do horário de verão nos Estados Unidos, encerrando as negociações do mercado à vista às 17h00, uma hora mais cedo do que o habitual.