Próxima semana tem índice PCE nos EUA; Vale [VALE3] reporta balanço do 3T23

Panorama de 23 a 27 de outubro

A principal notícia que movimentou os mercados nesta semana foi o desenrolar da guerra entre Israel e Hamas. Além disso, a apreensão de que mais países podem se envolver no conflito espalha o pessimismo pelas praças ao redor do mundo.

Na próxima semana, investidores ficam atentos ao IPCA-15, por aqui, e aos índices de gerentes de compras (PMIs) e índice de preços PCE nos EUA. Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) tem sua decisão de política monetária.

Vale lembrar também que na semana que vem estará aberta a temporada de resultados do terceiro trimestre de 2023 no Brasil.

Radar de Proventos

Na terça-feira (24) ficam “ex-dividendos” as ações da Telefônica Brasil [VIVT3].

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (20) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na quarta-feira (25) ficam “ex” os papéis da CCR*[CCRO3] e BrasilAgro [AGRO3].

Na quinta-feira (26), Guararapes* [GUAR3] e Allied* [ALLD3] ficam “ex-direitos”.

Por fim, na sexta-feira (27), as ações do Carrefour [CRFB3] ficam “ex-proventos”

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Temporada de resultados [3T23]

No Brasil, a quarta-feira (25) traz os balanços trimestrais de Klabin [KLBN11], Santander [SANB11] e WEG [WEGE3].

Na quinta-feira (26) Hypera [HYPE3], Gol [GOLL4], Copasa [CSMG3], Multiplan [MULT3], Vale [VALE3] e Suzano [SUZB3] apresentam resultados.

Por fim, na sexta-feira (27) a Grendene [GRND3] e a Usiminas [USIM5] trazem seus resultados. 

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa fez um fechamento semanal negativo, testando o suporte na região entre 113 e 111 mil pontos, indica Filipe Borges, analista técnico da Benndorf. 

Por conta do padrão técnico e do aumento de volume observados nos últimos dois dias, o especialista enxerga uma maior possibilidade do mercado testar o fundo nos 111.500 pontos, além de testar a região de base do canal de baixa entre os 111.000 e os 109.500 pontos.

“Para semana que vem as operações na ponta vendedora tendem a ser melhores”, afirmou.

Dicas de Trades

Anima [ANIM3]

O ativo está em movimentação de baixa após realizar uma queda no final de setembro, a qual Filipe caracteriza como “bela”, em que o papel fez uma perna 2 complexa. 

A ação tem um suporte nos R$ 2,48 e, abaixo disso, trabalha com alvos na região entre R$ 2,10 a R$ 1,95, sinaliza o analista. Ele também destaca que a resistência do ativo se encontra acima de R$ 3,26, o que o levou a abrir uma operação de venda no papel com alvo final em torno de 23,5% de lucro.

Vale [VALE3]

“VALE3 tem um fechamento semanal bem feio e o ativo vai testar o suporte na região dos R$ 61,00 provavelmente na semana que vem”, inicia Filipe.

Ele enxerga uma possível mudança no comportamento do preço da companhia, após um topo triplo nos gráficos mensal e semanal, recomendando cautela em VALE3 abaixo dos R$ 61,00, o que abre espaço para quedas aos R$ 59,00 e, perdendo esta região, o alvo passa a ser R$ 54,00.

Caso o fechamento mensal de outubro confirme a perda dos R$ 61,00, abre-se espaço para quedas com alvos mais longos para os próximos meses entre R$ 40,00 e R$ 42,00.

Gafisa [GFSA3]

O papel teve uma movimentação de alta no pregão desta quinta-feira (19), o que levou até a própria companhia a emitir um comunicado dizendo não haver fatos relevantes que justificassem a alta do ativo, informou FIlipe. 

“Graficamente, há um padrão de venda chamado de padrão de alargamento, [em que] a perda da mínima de sexta-feira, que hoje está na região de R$ 4,30, abre espaço para uma venda com alvo nas mínimas na região dos R$ 3,30”, afirmou. 

O analista ressalta ainda que o stop da operação ficaria acima dos R$ 5,00. Entretanto, ele recomenda cautela com o ativo, especialmente para compras, pois afirma que não há padrões gráficos que justifiquem as recentes altas ou a abertura de uma operação de compra. 

“Vários influencers [do mercado financeiro] estão comentando sobre o papel, indicando compras no ativo, mas cuidado […]. É importante que as pessoas peguem opiniões de gente do mercado, um profissional certificado e, principalmente, com gestão de risco”, alertou.

Indicadores econômicos

Na próxima semana, os investidores vão monitorar o índice de preços PCE, os PMIs americanos e a decisão de política monetária do BCE.

Segundo o analista de macroeconomia da Benndorf, Marco Ferrini, o PCE deve seguir estável no resultado de setembro, sustentado pelos segmentos de habitação e energia. A habitação é pressionada pelos juros altos e os baixos estoques de imóveis, contribuindo para manter os preços altos e elevar os aluguéis. 

“Já a energia irá refletir a alta do barril do petróleo ao longo do mês, com mais impactos esperados para outubro em função da guerra em Israel.”

As prévias dos PMIs americanos devem mostrar que a economia dos EUA segue resiliente, assim como outros indicadores macroeconômicos divulgados recentemente, disse Marco. Na comparação entre setores, o analista projeta que a indústria permanecerá com nível de atividade mais fraco do que os serviços.

“No mais, esperamos ver uma aceleração no número de contratações em ambos os setores, em um movimento de antecipação e preparação para o período de festas de fim de ano.”

Além disso, juros, inflação e incerteza econômica devem seguir como os motivos citados pelos entrevistados para possíveis desacelerações e aumento do pessimismo, explicou o especialista.

Por fim, o BCE deve manter a taxa de juros no mesmo patamar na reunião da semana que vem, reafirmando o possível fim do ciclo de aperto monetário, destacou Ferrini. O banco adotou uma postura orientada por dados econômicos, assim como o americano Federal Reserve (Fed). 

“Como o cenário já é de desaceleração rápida das economias europeias e um cenário de recessão praticamente certo para 2024, entendemos que o BCE irá manter os juros visando a redução e ancoragem da inflação em torno da meta de 2% estabelecida pela autarquia.”