Próxima semana tem IPCA ajustado e CPI americano

Panorama de 09 a 13 de outubro

A semana foi marcada por dados do mercado de trabalho americano, os quais deixaram um sabor agridoce na boca dos investidores. Enquanto o relatório Jolts mostrou um avanço maior que o esperado, a ADP fez exatamente o contrário.

Entretanto, foi o payroll que ofereceu as reações mais mistas até agora. O relatório, divulgado nesta sexta-feira, mostrou a criação de 336 mil empregos nos Estados Unidos em setembro, quase o dobro do consenso do mercado.

Por outro lado, o próprio indicador mostrou que os salários médios avançaram menos que o esperado, acabando por deixar os investidores mais animados ao final da sessão de hoje.

Na próxima semana, os investidores acompanham o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ajustado de setembro por aqui, enquanto também ficam de olho no índice de preços ao consumidor (CPI) americano na terra do Tio Sam.

Radar de Proventos

Na segunda (09) fica “ex-dividendos” os FIIs de BTG Pactual [BPAC11]*.

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (06) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na terça-feira (10) fica “ex” a ação da Ferbasa [FESA4].

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa recuou na semana, como informado pelo analista técnico da Benndorf Research na semana passada. A mínima do índice chegou nos 111.600 pontos, os quais foram corrigidos pelo mercado, indicou o especialista.

Para a próxima semana, o mercado deve adotar uma posição neutra, afirmou Filipe. 

“Caso o mercado rompa a máxima de sexta-feira já na próxima segunda, a gente pode ter sim o novo repique, uma retomada de alta até a região do 117 mil pontos”, destacou.

Entretanto, ele sinaliza que a tendência majoritária segue de queda, mas que é “ óbvio que, dentro de um canal de baixa, passamos por períodos de alta de mercado”.

Dicas de Trades

Banco do Brasil [BBAS3]

O ativo rompeu região de resistência no pregão desta sexta-feira nos R$ 48,40, apresentando um forte fluxo comprador – o melhor volume desde julho deste ano em uma única sessão, frisou Filipe.

Este movimento, de acordo com ele, indica uma oportunidade de compra, com alvo em R$ 50,90, o qual pode chegar a R$ 54,00, caso ultrapassado, e, depois, em R$ 58,00.

O stop técnico ficaria na perda do fundo em R$ 46,11, ressaltou. “Para quem gosta de um stop um pouco mais próximo do preço de entrada ficaria na mesma vela que deu o sinal de entrada em R$ 46,60”, contrapôs.

Suzano [SUZB3]

De acordo com Filipe, o papel mantém tendência de alta, após marcar o final de sua movimentação de baixa em 8 de setembro. “Depois disso já apresentou uma ótima movimentação e tem alvo ainda mais pra cima”, sinalizou.

A ação tem resistência próxima d região de R$ 56,90 que, caso rompida, abre espaço para altas entre R$ 58,61 e R$ 62,00, ponto em que Filipe indica encerrar a operação de compra. 

“Para quem já está posicionado, vale a pena colocar um stop abaixo dos R$ 53,00 para proteger o lucro.”

Vale [VALE3]

Ainda que esteja em um movimento de longa consolidação desde abril de 2023 – entre R$ 61,00 e R$ 71,00 –, Filipe projeta que no curto prazo possam haver três alvos rápidos, com stops mais curtos para o ativo.

 “O ativo fecha sexta-feira com uma boa alta e um volume financeiro maior do que os de quatro ou cinco pregões.”

O rompimento dos R$ 67,75 abre espaço para compras de curto prazo, sinalizou o especialista, com alvo nos R$ 71,00 e stop abaixo dos R$ 65,30. 

“Caso o ativo não rompa os R$ 67,75, entre um fluxo vendedor e ele perca o suporte em R$ 65,10 abre espaço para vendas com alvo final em R$ 61,00”.

Indicadores econômicos

A próxima semana é marcada por dois importantes indicadores importantes sobre a inflação brasileira, o IPCA, e americana, o CPI.

O indicador brasileiro deve subir novamente, assim como na prévia, bastante influenciado pela gasolina, em vista do reajuste de preços promovido pela Petrobras [PETR3;PETR4], informou o analista fundamentalista da Benndorf Research Marco Ferrini.

O item Habitação também deverá contribuir para a alta do IPCA, com os reajustes de tarifas em algumas capitais, disse o analista. Do lado das quedas, os alimentos tendem a apresentar a quarta queda seguida, apoiados pelo recuo do grupo alimentação no domicílio.

“Entendemos que a nova alta não compromete a trajetória da política monetária, mas se o preço do barril do petróleo se mantiver elevado e novos reajustes forem necessários, podemos revisar o cenário para acomodar esses efeitos.”

Como no Brasil, os americanos provavelmente verão sua inflação aos consumidores subindo, puxada principalmente pela alta do preço do barril do petróleo e seus derivados, destacou Marco.

Segundo o analista, outros fatores contribuintes à alta serão a retomada inesperada do setor industrial. 

“A manutenção das taxas elevadas de inflação nos Estados Unidos, especialmente no indicador do núcleo, contribui para manter a pressão elevada sobre as curvas de juros mais longas e dá sustentação para o Fed subir mais 0,25 p.p. na taxa de juros na [próxima] reunião”.