Panorama de 6 a 12 de julho de 2025
A próxima semana começa com foco redobrado nos desdobramentos da política comercial dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump pode retomar tarifas anunciadas em abril caso não haja avanços até quarta-feira (9), prazo final estabelecido por ele mesmo. Investidores também estarão atentos à ata do Federal Reserve, que pode indicar se há espaço para corte de juros ainda em julho. A reação dos mercados dependerá da combinação entre os efeitos das tarifas e a trajetória da inflação americana, que permanece pressionada.
No Brasil, a agenda ganha força a partir de quarta, com destaque para o IPCA de junho. O mercado espera uma alta modesta, mas com atenção especial para a inflação de serviços, que segue preocupando o Banco Central. A divulgação das vendas no varejo e do volume de serviços também será determinante para avaliar o ritmo da atividade econômica e testar a tese do Copom de manter juros elevados por mais tempo.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa encerrou a semana em alta, com uma vela positiva no gráfico semanal que indica a continuidade da tendência de valorização no médio prazo. Segundo análise de Madruga Trader, analista técnico da NMS Research, o movimento confirma o domínio dos compradores no mercado. “O fechamento semanal reforça a presença da força compradora e aponta para a possibilidade de novas altas nas próximas semanas”, avaliou.
O principal objetivo de curto prazo está na faixa dos 143.378 pontos. Um rompimento consistente dessa região pode levar o índice a buscar os 149.106 pontos, patamar que representa uma resistência histórica relevante. No cenário oposto, caso haja correção, os suportes mais próximos estão nos 137.460 e 134.420 pontos. “Esses níveis funcionam como bases técnicas importantes e, se respeitados, podem dar sustentação para a retomada da alta”, destacou Madruga.
Dicas de Trades
Prio [PRIO3]
As ações da Prio seguem em tendência de alta no gráfico diário, com o preço sustentado por uma força compradora consistente. A região dos R$ 42,28 é considerada um ponto-chave: se o ativo se mantiver acima desse nível, o caminho fica livre para buscar os próximos objetivos em R$ 44,58 e R$ 52,03 – ambos definidos por projeções de Fibonacci e zonas de liquidez importantes.
A inclinação positiva das médias móveis e o volume saudável reforçam o cenário otimista para o papel. No entanto, há um alerta para uma possível correção no curto prazo caso a PRIO3 perca o suporte em R$ 42,28. Esse movimento poderia representar apenas um ajuste técnico antes de nova tentativa de alta.
Petrobras [PETR4]
Petrobras mantém viés altista no gráfico diário e segue acima do nível de retração de 61,8%, aos R$ 31,60, movimento que confirma a força dos compradores. A superação dessa região técnica projeta os próximos alvos nos R$ 33,27 e R$ 34,62, patamares que servem como referência para o movimento de continuação.
A recomendação do analista técnico Madruga Trader é seguir monitorando o papel para identificar oportunidades de entrada ou realizar ajustes em posições já abertas, de acordo com o comportamento dos preços nos próximos dias.
MRV [MRVE3]
MRV voltou a uma região importante de resistência na faixa dos R$ 6,30. Um rompimento firme desse patamar pode abrir espaço para que o papel busque a média de 400 períodos, próxima dos R$ 8,15 (considerado um alvo técnico relevante) e, posteriormente, a retração de 61,8% em R$ 9,04, que funcionaria como resistência mais forte no curto prazo.
O Índice de Força Relativa (IFR) ainda mostra espaço para avanço, o que dá suporte à continuidade do movimento de alta. Apesar disso, Madruga Trader chama atenção para a queda no volume negociado. “A redução do volume pode indicar perda de fôlego por parte dos compradores e representar um sinal de alerta para correções técnicas nas próximas sessões”, pontuou.
Indicadores econômicos
No Brasil, a semana será dominada por dados que testam o apetite do Banco Central em manter os juros elevados. O IPCA de junho, a ser divulgado na quarta-feira (9), deve mostrar inflação em desaceleração, mas ainda longe do ideal, sobretudo no que diz respeito à inflação de serviços, ponto de atenção do BC nas últimas comunicações. Essa leitura será crucial para os próximos passos da política monetária, ainda mais se combinada a sinais de enfraquecimento na atividade.
Na terça-feira (8), as vendas no varejo darão uma ideia da força do consumo das famílias, enquanto na sexta-feira (11), será a vez do volume de serviços, setor que vem sustentando o PIB. Se ambos apontarem para uma desaceleração, pode crescer a tese de que o aperto monetário começa a surtir efeito, o que reforçaria a pressão sobre o Copom. Além disso, o mercado acompanhará com atenção os dados do IGP-DI já na segunda-feira (7), avaliando se a deflação na produção continua e como isso pode impactar os preços ao consumidor nos próximos meses. Em resumo, será uma semana para calibrar expectativas, tanto para a inflação quanto para a força da economia.
Calendário Macroeconômico
