Panorama de 16 a 21 de fevereiro
Para a próxima semana, esperam-se dias mais calmos em comparação com os anteriores. No entanto, essa previsão pode mudar caso o presidente dos EUA, Donald Trump, continue com suas políticas tarifárias ou se o atual presidente do Brasil cometer algum deslize que possa abalar as incertezas fiscais já estabelecidas em meio a um cenário de desaceleração da economia brasileira.
Os dados de dezembro referentes à produção industrial, vendas no varejo e volume de serviços apresentaram resultados negativos, dando continuidade à tendência de queda dos principais indicadores de atividade, iniciada em novembro.
Panorama do Ibovespa
De acordo com Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research, índice Ibovespa, após diversas semanas operando abaixo de uma Linha de Tendência de Baixa (LTB), finalmente apresenta uma reversão positiva. O ativo rompeu essa barreira com um forte fluxo comprador e volume significativo, impulsionando o mercado para cima e configurando um movimento bastante positivo.
O fechamento recente confirmou esse rompimento em um ponto-chave, superando a tendência de baixa vigente desde o final de agosto. Esse evento pode sinalizar o início de uma nova fase de valorização para o Ibovespa, abrindo espaço para altas expressivas nas próximas semanas.
Com essa estrutura, o índice pode atingir a marca de 130.620 pontos no curto prazo. Caso mantenha o movimento ascendente, o próximo alvo projetado situa-se em 135 mil pontos. Por outro lado, o suporte principal para o ativo está localizado na região dos 124 mil pontos, servindo como referência para eventuais correções.
Dicas de Trades
PagMenos [PGMN3]
PagMenos segue apresentando uma tendência de alta tanto no gráfico semanal quanto no diário. No gráfico semanal, observa-se a formação de um pivô após a quebra de uma Linha de Tendência de Baixa (LTB), consolidando-se acima das médias móveis. “O fechamento semanal foi bastante positivo e, caso haja o rompimento da máxima desta semana, abre-se espaço para avanços até R$ 3,58 e posteriormente R$ 4,00”, destaca Filipe Borges. Atualmente, há uma operação de swing trade em andamento neste ativo, visando um retorno aproximado de 20%. Caso o movimento continue, a ação poderá buscar a região dos R$ 4,95, representando um upside potencial de cerca de 50%.
Vale [VALE3]
A Vale volta ao radar dos investidores com uma análise focada no gráfico mensal. O ativo apresentou um volume significativo e conseguiu defender importantes suportes desde 2021, encerrando o mês com um candle comprador. “Embora ainda não tenha registrado uma alta expressiva neste mês, a Vale demonstra força ao segurar suas posições, o que é um ponto relevante”, avalia Borges. Com o mercado demonstrando sinais de recuperação e o índice XINA11 em tendência de alta, a Vale pode se beneficiar, dado seu forte vínculo com a economia chinesa. O stop recomendado para essa operação está abaixo de R$ 50,80, enquanto os alvos projetados se situam em R$ 65, seguido por R$ 72 e, como objetivo principal, a região dos R$ 83.
Trend China [XINA11]
O índice XINA11 exibe uma estrutura de alta robusta, com fechamento semanal bastante positivo. O ativo apresenta potencial de valorização de aproximadamente 57%, podendo atingir a marca de R$ 12,40. No curto prazo, há uma resistência relevante na região dos R$ 8,30, e, caso seja superada, os próximos alvos são R$ 10,50 e R$ 12,30. “O fluxo comprador desta semana foi intenso, indicando que o ativo pode ganhar ainda mais força nas próximas semanas”, aponta Borges. A tendência de alta se mantém, e novas oportunidades de swing trade podem surgir na próxima semana, acompanhando o comportamento do mercado.
Indicadores econômicos
Na segunda-feira, o Banco Central divulgará o IBC-Br, indicador que antecipa a tendência do PIB, e o Boletim Focus, que traz projeções para a economia brasileira. A expectativa é de poucas mudanças nas previsões para juros, inflação e câmbio, mas pode haver uma revisão para baixo do PIB de 2025 e 2026, refletindo a desaceleração registrada no fim de 2024 e os impactos do aperto monetário sobre a atividade econômica.
De acordo com Leandro Manzoni, economista do Investing, a semana será movimentada no cenário internacional. Nos Estados Unidos, os mercados estarão fechados na segunda-feira devido a um feriado, mas discursos de membros do Fed ao longo da semana podem indicar os próximos passos da política monetária, especialmente após a inflação ao consumidor ter surpreendido para cima. A ata da última reunião do Fomc também deve trazer sinais sobre a visão dos dirigentes em relação à inflação e ao mercado de trabalho.
No cenário asiático, o Japão divulgará no domingo a prévia de seu PIB do quarto trimestre, enquanto a China apresentará na terça-feira os dados sobre preços de imóveis, que seguem em queda há meses. Já no fim da semana, sairão as prévias dos índices PMI de importantes economias, como Japão, Reino Unido, EUA e Zona do Euro. No mercado corporativo, a temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 se intensifica, com destaque para Banco do Brasil, Vale e Minerva na B3, além de Nubank e Mercado Livre em Wall Street.
Calendário Macroeconômico
