Panorama de 09 a 14 de fevereiro
A semana entre os dias 9 e 14 de fevereiro promete ser menos intensa em termos de divulgação de indicadores econômicos. Nos Estados Unidos, a temporada de balanços corporativos segue movimentada, embora com menos empresas de grande porte apresentando seus resultados do quarto trimestre de 2024. No Brasil, as divulgações de empresas listadas na B3 ainda estão ganhando ritmo.
Panorama do Ibovespa
De acordo com Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research, o Índice Bovespa teve uma semana negativa, encerrando na região dos 124.500 pontos e mantendo uma estrutura de topos e fundos descendentes. Tanto no gráfico diário quanto no semanal, o mercado não conseguiu atingir a região dos 126.500 pontos, mostrando sinais de fraqueza.
No gráfico diário, a tendência de baixa foi confirmada com a perda do último fundo, enquanto o gráfico de 60 minutos permanece abaixo das médias. Diante desse cenário, enquanto não houver uma reversão para tendência de alta, as operações de venda tendem a ser mais favoráveis para a próxima semana.
O mercado encontra suporte na mínima da semana passada, em 122.500 pontos. Caso esse nível seja perdido, pode haver um reteste no fundo principal, situado em 118.500 pontos.
Dicas de Trades
Raízen [RAIZ4]
De acordo com Filipe, Raízen atingiu o objetivo de queda conforme projeção de Fibonacci no gráfico semanal. O papel apresentou um volume forte, o maior dos últimos meses, acompanhado de um Engolfo de Alta na região do Keltner Channel, indicador que sinaliza possíveis zonas de sobrevenda.
Com isso, há um gatilho de entrada em R$1,88, porém, caso o ativo perca a região de R$1,62 antes de atingir esse nível, o call será automaticamente cancelado. O alvo final está em R$2,40, representando uma valorização estimada de 24,8%.
Vale [VALE3]
O analista destacou que está monitorando Vale para compra, analisando o gráfico mensal e buscando confirmação no gráfico diário. Houve um pequeno ajuste na entrada, e o analista segue de olho em um swing trade ou position trade no rompimento de R$55,30. No entanto, o rompimento ocorreu com volume baixo, exigindo um ajuste na estratégia. Para maior segurança, espera-se um fechamento acima de R$55,50 com aumento de volume.
Caso contrário, pode haver um reteste na parte inferior. Enquanto o ativo mantiver-se acima de R$51,00, um rompimento com volume elevado pode indicar um forte movimento de alta, permitindo à Vale retomar a consolidação dos últimos três anos e possivelmente buscar a região dos R$83,00.
CBA [CBAV3]
CBA apresenta uma excelente oportunidade de compra, segundo Borges. O ativo segue lateralizado entre R$4,50 e R$6,50, formando um pivô de alta no gráfico diário. No gráfico de 60 minutos, há outra estrutura de pivô, com um stop estimado em 7% e um alvo final na região dos R$6,58. Após ajuste, o alvo final foi recalculado para 18,7% de valorização. Dessa forma, a relação risco-retorno se mantém atrativa, com um risco inicial entre 7% e 7,2% e um alvo final de 18,7%, configurando uma excelente oportunidade de operação.
Indicadores econômicos
Segundo Leandro Manzoni, economista do Investing, os principais destaques econômicos da semana incluem os dados de inflação ao consumidor de janeiro no Brasil e nos EUA, que serão divulgados na terça (11) e quarta-feira (12), respectivamente. Na quinta-feira (13), será a vez da inflação ao produtor na maior economia do mundo. Esses números serão cruciais para avaliar o rumo da política monetária nos dois países.
A inflação ao consumidor continua distante do centro da meta em ambos os países. No Brasil, o IPCA de dezembro desacelerou de 4,87% para 4,83%, ainda acima do limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. A projeção é de que o índice permaneça elevado nos próximos meses, pressionado pelos preços de alimentos e serviços. Nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI) acelerou de 0,3% para 0,4% na base mensal, mantendo a inflação acima da meta de 2% ao ano.
O mercado também estará atento ao discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que apresentará o Relatório de Política Monetária ao Congresso dos EUA na terça e quarta-feira. Questões como o impacto das tarifas sobre importados e as políticas imigratórias do governo Trump podem influenciar as projeções para a taxa de juros. Além disso, dados do setor de serviços e vendas no varejo serão divulgados no Brasil, enquanto nos EUA e na Europa haverá números sobre produção industrial e PIB do quarto trimestre.