Próxima semana tem IPCA e PIB, além de oportunidade em JBSS3

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama de 24 a 28 de junho

Novas preocupações com o futuro das contas públicas do país e a expectativa com a decisão do Copom fizeram com que o Ibovespa abrisse a última semana no vermelho. Porém, logo o cenário começou a melhorar, mesmo com a decisão do Copom de manter a Selic em 10,5%, e ruídos com o presidente Lula. Nesta sexta-feira (21), o índice fechou em alta, com retomada dos 121.000 pontos hoje, no maior nível de fechamento em 10 dias, interrompendo sequência de perdas semanais que retrocedem a 20 de maio.

Na próxima semana, a ata do Copom, com divulgação na manhã de terça-feira (25), será destaque na agenda local. O mercado vai monitorar os números do IPCA-15 de junho, assim como dados de emprego do Caged. Nos EUA, a inflação também será destaque, com os dados do PCE.

Radar de Proventos

Na próxima segunda-feira (24) ficam “ex-dividendos” os ativos da Tim [TIMS3], SmartFit [SMFT3], Hypera [HYPE3] e Cemig [CMIG4]. Na terça-feira (25) é a vez da OdontoPrev [ODPV3].

Já Neoenergia [CSRN3], Lojas Renner [LREN3] e Grazziotin [CGRA3] se tornam “ex” na quarta-feira (26), enquanto na quinta-feira (27) é a vez da Telefônica [VIVT3],  Cruzeiro do Sul Educacional [CSED3]* e Vale [VALE3]. 

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O índice opera contido dentro de um canal de alta, de acordo com o analista técnico João Tonello. Esse canal foi perdido recentemente, testando a região de 121 mil, que gera um fechamento semanal de dúvida.

Desempenho semanal do IBOV em 21 de junho de 2024. [Fonte:TradingView/João Tonello]
Nesse momento, o analista explica que o mercado inicia um movimento de tentativa de repique. Então, se o índice romper a máxima da semana atual, cotada em 121.606 pontos, irá acontecer uma tentativa de repique momentânea para tentar buscar entre 124.000 e 124.500 pontos. 
 
Não acho que seja uma recuperação vertical que venha tentar inflexionar a tendência terciária de queda, mas pode ser um bom momento do mercado tentar respirar um pouco dessa movimentação de queda”, apontou.
 
Outro cenário possível, ele prossegue, é o mercado trabalhar lateralmente até criar novas quedas. 

Dicas de Trades

Petrobras [PETR4]

Segundo Tonello, PETR4 está fazendo uma “bela” retomada. Após notícias negativas da companhia, o ativo parecia em busca de perder a região de R$ 35,97, que o analista define como bom gatilho de venda, mas agora retorna à região.

Desempenho diário de PETR4 em 21 de junho de 2024. [Fonte: TradingView/João Tonello]
Então, Tonello acredita que a próxima semana traga um em R$ 37,85, que faça com que o ativo retorne às máximas do período de congestão marcado.
 
“Quem sabe essa operação possa bater R$ 39,18 como movimentação de alvo final?”, ponderou.

Marcopolo [POMO4]

Tonello destaca que POMO4 está fazendo movimentação de alta, com um padrão “interessante” de saída de uma zona de cruzamento com a média 9. Nesse momento, ele visa retomada do papel na semana que vem. 

Desempenho diário de POMO4 em 21 de junho de 2024. [Fonte: TradingView/João Tonello]
O ativo está sendo cotado a R$ 6,30,então Tonello sugere entradas com alvo próximo de R$ 7,00. 

“O mercado deve tentar fazer com que ele venha testar a LTB anteriormente tetestada, que caiu”, pontuou. “Tem um valuation interessante também.”

JBS [JBSS3]

JBSS3 tenta rompe máximas, fazendo padrão de barra vermelha ignorada, e passa da região de R$ 30,38, ressalta Tonello.
 
Desempenho diário de JBSS3 em 21 de junho de 2024. [Fonte: TradingView/João Tonello]
“O ativo tem tudo para fazer uma puxada um pouco mais forte para os R$ 32,50, que é uma região que a gente vê com muito bons olhos na continuidade de alta do ativo”, afirmou.

Indicadores econômicos

A ata do Copom será o ponto focal da agenda macroeconômica interna. Até mesmo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que esperaria o documento para tecer comentários públicos sobre a última decisão de juros do Banco Central. 

“Se eu falar sobre isso, vai ser depois da ata, como eu tenho feito nas últimas ocasiões. Vou ler o comunicado com calma, semana que vem tem a ata, vou ler com calma”, disse o ministro na última quarta-feira (19). 

Já Wall Street vai monitorar os números do PCE, o índice de preços de gastos com consumo e indicador de inflação favorito do Federal Reserve. 

Calendário Macroeconômico

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