Próxima semana tem foco em EUA x China e oportunidade em WEGE3

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama da semana de 19 a 24 de outubro

A próxima semana será marcada pela expectativa em torno do encontro entre Donald Trump e Xi Jinping durante a cúpula da Apec, na Coreia do Sul, entre os dias 27 de outubro e 1º de novembro. Segundo o economista Leandro Manzoni, do Investing, a reunião pode reduzir o tom da disputa comercial entre Estados Unidos e China, embora novas tarifas no setor marítimo mantenham o clima de incerteza. “Os últimos movimentos têm caráter estratégico, com ambos os países se posicionando antes das conversas bilaterais”, avaliou Manzoni. No cenário econômico, os dados da China devem confirmar a desaceleração da atividade, com o PIB do terceiro trimestre projetado em alta de 0,8%, ante 1,1% no trimestre anterior.

Panorama do Ibovespa 

O Ibovespa encerrou o pregão com forte desempenho e sinalizou retomada da tendência de alta, segundo avaliação de Filipe Borges, analista técnico da NMS Research. O índice recuperou metade das perdas acumuladas desde os 147 mil até os 134 mil pontos, movimento considerado relevante para os próximos dias. “Esse fechamento me anima bastante, pois vejo sinais de compra mais sólidos no mercado, com alvo nas máximas de 147 mil pontos”, afirmou Borges. Ele destacou ainda que o suporte principal permanece na faixa dos 140 mil pontos. “Enquanto o índice se mantiver acima dessa região e da linha de tendência de alta, sigo vendo oportunidade de compra”, completou o analista.

Dicas de Trades

Weg [WEGE3]

As ações da Weg seguem em trajetória positiva e podem figurar entre as melhores oportunidades da reta final de 2025, segundo Filipe Borges. A operação iniciada a R$ 37,44 acumula alta de cerca de 8%, com proteção no preço de entrada e alvo preliminar em R$ 50,25. “Projetamos um potencial de valorização de até 34%, podendo chegar a R$ 55 ou R$ 57 no cenário mais otimista”, disse Borges. Ele ressaltou o forte interesse institucional pelo papel. “É uma ação presente em diversas carteiras de fundos, e o rompimento recente de uma zona de acumulação reforça a tendência de alta. O movimento atual é até mais intenso do que o anterior, o que amplia as chances de avanço nas próximas semanas”, avaliou o analista.

Banco do Brasil [BBAS3] 

O Banco do Brasil segue em tendência de baixa tanto no gráfico diário quanto no semanal. Para ele, enquanto o papel permanecer abaixo de R$ 22,75, o cenário é negativo. “Vejo probabilidade maior de continuidade do movimento de queda, com alvo na região dos R$ 18”, afirmou. Borges observou que a expectativa em torno do próximo balanço da instituição também influencia o comportamento da ação. “A crise no setor de água e saneamento impacta diretamente o banco, o que reforça a cautela com o papel neste momento”, disse.

Hashdex Nasdaq Crypto Index [HASH11]

O Hashdex Nasdaq Crypto Index recuou cerca de 16% e atingiu o menor nível desde julho, refletindo a correção recente das principais criptomoedas. Apesar da queda, o analista da NMS Research avalia o momento como oportunidade para investidores com visão de médio a longo prazo. “Estamos em uma região de suporte importante, após o fechamento de gap e a queda de Ethereum e Bitcoin. Para quem pensa em seis meses a um ano, é um bom ponto de entrada”, afirmou. Ele relembrou que, ao romper a resistência dos 78 a 79 pontos, o ativo chegou a subir 20%. “Considero essa faixa uma zona de defesa. Quem quiser montar posição pode dividir os aportes ao longo de três semanas, buscando retornos entre 100% e 150%”, recomendou Borges.

Indicadores econômicos

A semana começa com os dados da atividade chinesa divulgados no domingo à noite (horário de Brasília). O consenso de mercado aponta para uma desaceleração do PIB, que deve crescer 4,7% na comparação anual, com recuos também na produção industrial e nas vendas do varejo. O Banco Popular da China deve manter a taxa de juros em 3%, buscando sustentar o crescimento próximo à meta oficial de 5% ao ano.

Nos Estados Unidos, a atenção se volta para o índice de preços ao consumidor (CPI) de setembro, que deve mostrar estabilidade em níveis ainda elevados, e para a prévia dos PMIs de outubro, importante termômetro da atividade em meio à paralisação do governo.

No Brasil, a agenda será mais leve. O Boletim Focus abre a semana na segunda-feira, e o destaque virá na sexta, com a prévia da inflação de outubro e os dados do setor externo de setembro. Na frente corporativa, a temporada de balanços ganha força, com resultados de Weg, Romi e Usiminas, enquanto, nos EUA, Netflix, Intel e Tesla divulgam seus números trimestrais.

Calendário Macroeconômico

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