Próxima semana tem payroll dos EUA, em semana mais calma, com fim dos balanços comerciais

Panorama para 03 a 07 de abril

Após semana intensa por conta da divulgação do arcabouço fiscal no Brasil, o calendário econômico interno da próxima semana é mais calmo, principalmente após o fim da temporada de balanços do 4T22. Além disso, vale lembrar que na sexta-feira é feriado, portanto, a B3 não funcionará. 

O exterior é igualmente calmo, com a atenção virando-se para a divulgação do payroll americano, que acontece toda primeira sexta-feira do mês.

Radar de proventos

Na segunda-feira (03), ficam “ex-dividendos” os papéis de Vivo [VIVT3], Banestes [BEES3], Celesc [CLSC4],  Mills [MILS3], Track&Field [TFCO4] e Itaú [ITUB4]. 

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (24) terão direito aos proventos anunciados pelas companhias em questão. 

Já na terça-feira (04) ficam “ex” Rede D’or [RDOR3], Movida [MOVI3], Bradesco [BBDC4], Vulcabras [VULC3], Porto Seguro [PSSA3] e Armac [ARML3].

Fica “ex-direitos” na quarta-feira (05) somente a ação de BR Properties [BRPR3].

Por fim, Grupo GPS [GGPS3] fica “ex-provento” na quinta-feira (06).

Indicadores econômicos

A agenda da próxima semana é mais vazia, após semana cheia com divulgação de importantes indicadores de inflação tanto nos EUA quanto na Zona do Euro. O principal marcador no radar é o payroll americano, o qual é divulgado toda primeira sexta-feira de cada mês.

De acordo com Marco Ferrini, especialista em macroeconomia da Benndorf, é esperado que o payroll supere as expectativas do mercado pelo décimo segundo mês seguido. Para ele, isso reforça “a solidez do mercado de trabalho americano”.

Além disso, Marco também comenta sobre a variação anual de salários e a taxa de desemprego dos EUA que, diante dos valores dos PMIs do país, devem se manter praticamente no mesmo patamar, em 4,6% e 3,6%, respectivamente. 

O analista completa dizendo que, caso se confirmem, “esses dados manteriam a pressão sobre o Fed elevada para conduzir mais um aumento de 0,25 p.p. na taxa de juros, algo que poderia voltar a gerar questionamentos sobre a solidez do sistema bancário”.

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa segue em movimentação de baixa no gráfico diário e também com canal de baixa no gráfico semanal, de acordo com o analista técnico da Benndorf Research, Filipe Borges.

Segundo Filipe, a extremidade inferior do canal de baixa está em torno de 91 mil pontos.

“No gráfico diário temos uma formação, até o momento, de topos e fundos descendentes, o que aumenta a probabilidade do mercado cair nos próximos pregões”, explicou o analista. 

A queda do índice só pode ser interrompida caso ele passe a trabalhar na faixa dos 105 mil pontos, podendo dar início a uma consolidação ou reversão de curto prazo, explana Filipe.  

“Nós fechamos hoje nos 102 mil arredondando e se o mercado começar a apontar para baixo próximos suportes 97 mil e depois 91 mil e 500 pontos”, completou. 

Dicas de Trades

Para trades na próxima semana, Filipe Borges enxerga oportunidades no Banco Inter [INBR32]. Os papéis da empresa estão em pivot de baixa no gráfico semanal e também no diário. 

“E essa última correção, que eu considero pullback, ele bata numa região de resistência bem importante R$ 9,30 que não conseguiu romper”, explicou o analista.

Hoje, a ação já voltou a entrar um pouco mais no fluxo vendedor.  

“Inclusive é uma operação que estamos vendidos e essa ação tem como suporte principal R$ 7,26 e depois o alvo na região de R$ 5,00”, avisou. 

Outra oportunidade seria BrasilAgro [AGRO3], a qual também está em pivot de baixa e também é operação de venda. 

“O ativo segue em tendência de baixa, no último pullback também bateu na região de resistência do ativo em R$ 25,75 e não teve força para romper”, indicou o analista.

Filipe indica o movimento contrário, com uma forte entrada de fluxo vendedor (que já vem acontecendo), que acelerou a queda do ativo. “Eu tenho como suporte principal R$ 23,60. Abaixo desse suporte, o alvo principal R$ 20,54”, completou.

Por fim, a Vale [VALE3] apresenta volatilidade um pouco menor, mas também está em tendência de baixa, com topos e fundos descendentes e sem conseguir romper o topo há semanas, de acordo com Filipe. 

“O ativo caiu quase 2% e tem como suporte principal R$ 78,00. Abaixo desse suporte, a Vale tem dois gaps principais que pra mim deve buscar. O primeiro é no R$ 73,80 e depois o segundo em R$ 66,35”, explicou o analista. “A resistência principal de Vale apenas nos R$ 84,00.”