Próxima semana tem payroll; Filipe Borges analisa trades em MGLU3, PETR4 e PETZ3

Panorama de 4 a 8 de dezembro 

A semana foi marcada por uma série de indicadores econômicos que influenciaram no comportamento dos mercados ao redor do mundo.

Ontem (30), o Departamento do Comércio americano divulgou que o índice de preços PCE – indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed) – permaneceu estável na leitura mensal de outubro, enquanto subiu 3% na comparação anual.

Por aqui, o IPCA-15 subiu 0,33% na comparação mensal de novembro, marginalmente acima do consenso do mercado de alta de 0,29%. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 desacelerou de 5,05% em outubro para 4,84%; no ano, o índice tem alta de 4,30%. 

No cenário político, o Senado aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei que prevê a taxação das offshores e dos fundos exclusivos – fundos de investimento personalizados para pessoas de alta renda.

Para a próxima semana, o mercado acompanha o payroll americano, na sexta-feira (08).

Radar de Proventos

Na segunda-feira (04) ficam “ex-dividendos” as ações do Bradesco [BBDC4].

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a sexta-feira (01) terão direito aos proventos anunciados.

Já na terça-feira (05) ficam “ex” as ações da Copel* [CPLE6], Cury [CURY3], Totvs [TOTS3] e as units do BTG Pactual [BPAC11].

Os papéis da Direcional [DIRR3] e PetroRecôncavo [RECV3]  ficam “ex-proventos” na quarta-feira (06).

Na quinta-feira (07), Grupo Pão de Açúcar* [PCAR3], JHSF* [JHSF3] e  [JSLG3] ficam “ex”.

Por fim, na sexta-feira (01), os ativos da * [TRPL4], Porto* [PSSA3] Ferbasa [FESA4] e Suzano [SUZB3] ficam “ex-divendos”.

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O índice segue em tendência de alta, em direção à máxima histórica entre 130 e 131 mil pontos, indicou o analista técnico Filipe Borges. Ele afirma que os gráficos semanal e diário mostram que há espaço para alvos maiores que a máxima histórica – onde se encontra a primeira resistência.  

“[É] normal que haja uma eventual pressão dos vendedores para tentar segurar o preço, mas rompendo máximas históricas, vejo o Ibovespa entre 133 e 140 mil pontos.”

Dicas de Trades

Magazine Luiza [MGLU3]

A varejista segue em tendência de alta no gráfico diário, com um forte fluxo comprador, o que tem afetado o preço do ativo, pontuou Borges.

 “Essa é uma posição que nós já temos há alguns dias. Estamos comprados na faixa de R$ 1,76 e o papel nesse momento [está] querendo testar o rompimento nos R$ 2,30”, ressalta.

O analista indica que o fluxo comprador para o ativo segue alto e o rompimento dos R$ 2,30 abre espaço para alvos em R$ 3,06 e alvo principal em R$ 3,59.

Petrobras [PETR4]

A petrolífera vem repetindo o movimento da última puxada de alta, quando o papel teve uma alta expressiva, para depois consolidar em forma de triângulo ascendente, aponta Borges.

“Após o rompimento, o ativo realmente performou muito bem e entregou uma alta em torno de 30%”, disse o analista, em referência à última alta da ação. 

Borges sugere aos investidores ficarem atentos a um fechamento acima de R$ 36,07, acompanhado de aumento de volume, para novas oportunidades de compra, com o primeiro alvo em R$ 37,50 – o qual, se ultrapassado, os alvos passam a ficar entre R$ 42,00 e R$ 45,00.

Petz [PETZ3]

“[O papel] faz uma formação de reversão de tendência com aumento de fluxo”, sinalizou Filipe. “O ativo montou uma boa movimentação de alta entre R$ 3,60 e R$ 4,40, corrigiu em retrações de Fibonacci e agora vem para testar o rompimento em R$ 4,40.”

Caso o rompimento se confirme, abre-se espaço para altas com alvo entre R$ 4,98 a R$ 5,40, com stop nos R$ 3,90, a fim de proteger a operação. 

“Vale ressaltar que o mercado, de maneira geral, vem agora apontando para cima, então as oportunidades de compra tendem a ser bem sucedidas e apresentar bons resultados”, concluiu.

Indicadores econômicos

Dois importantes termômetros da economia americana serão divulgados na próxima semana: o payroll e o índice de gerentes de compras (PMI) composto, que engloba serviços e indústria.

O resultado do relatório de empregos americano deve ser semelhante ao registrado em outubro, aumentando a desaceleração no mercado de trabalho do país e em linha com os indicadores mais fracos de atividade divulgados nas últimas semanas, sinaliza Marco Ferrini, analista fundamentalista da Benndorf Research.

As expectativas para a Black Friday e o fim de ano não eram positivas e Ferrini projeta que as companhias não tenham investido fortemente em contratações temporárias em novembro. 

“Para os próximos meses, esperamos mais perda de ritmo no payroll dos EUA à medida que a economia confirma o ‘soft landing’.”

Já o PMI composto deve vir estável na leitura de novembro diante de outubro, explica o analista. “A economia americana segue bastante resiliente apesar do cenário desafiador em meio às pressões inflacionárias elevadas e juros recordes”, declarou.

Os indicadores divulgados nas últimas semanas apontam para sinais mais claros de desaceleração na economia americana — em especial, no setor industrial, o qual sofre com juros altos e queda na demanda por bens, pontuou Ferrini.

No entanto, os serviços seguem com demanda e são contrapeso para a performance da indústria. “No mais, os próximos meses tendem a ser de desaceleração, com destaque negativo para a indústria e os serviços mais resistentes.”