Panorama de 16 a 20 de outubro
A semana foi marcada pelas primeiras consequências do início do conflito entre Israel e Hamas no Oriente Médio. Tanto as cotações de petróleo quanto os índices mundiais operaram com bastante volatilidade.
Com isso, o IPCA ajustado de setembro acabou não fazendo muito barulho no Ibovespa. O indicador subiu 0,26% no mês passado, acumulando alta de 5,19% nos últimos 12 meses. Além disso, a semana mais curta por aqui, por conta do feriado de Nossa Senhora de Aparecida, acabou diminuindo o volume dos negócios.
Nos Estados Unidos, o índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,4% em setembro ante agosto, em dados ajustados. Na comparação ano a ano, o indicador avançou 3,7%.
Para a semana que vem, investidores ficam atentos aos dados do Produto Interno Bruto (PIB) e produção industrial chineses e da produção industrial americana.
Radar de Proventos
Na terça-feira (17) ficam “ex-dividendos” as ações de MRV* [MRVE3] e Rede D’Or [RDOR3].
Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (10) terão direito aos proventos anunciados.
Já na quinta-feira (19) ficam “ex” os papéis da Movida [MOVI3].
Por fim, na sexta-feira (20), JHSF* [JHSF3] e Santander [SANB11] ficam “ex-direitos”.
*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.
Panorama do Ibovespa
O índice teve boa recuperação desde que atingiu a região inferior do seu canal de baixa, apesar de seguir em tendência de queda no gráfico diário, sinaliza Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research.
De acordo com o especialista, o Ibovespa subiu durante quatro pregões e configurou o “padrão de alargamento”, isto é, quando ele rompe o último topo sem descanso. Nos próximos dias, ele enxerga uma possível correção, com índice indo para região entre 114.300 e 111.500 pontos.
Dicas de Trades
IRB [IRBR3]
Filipe observou uma entrada de fluxo vendedor significativa na quarta-feira para o ativo, o qual tenta sair de uma região de consolidação desde agosto.
“Um fluxo vendedor bem forte que a gente não via desde agosto, e o ativo abre espaço para novas quedas”, indicou.
A ação tem suporte nos R$ 38,68; abaixo disso, ficaria nos R$ 32,60, afirmou Filipe. O analista sinaliza para uma oportunidade de short no papel, com alvo nos R$ 28,20.
Suzano [SUZB3]
A ação trabalha em pivô de alta, o qual iniciou em setembro e, desde então, acumula alta em torno de 23%, com espaço para subir até o alvo final do pivô entre R$ 58,00 e R$ 62,15, analisou Filipe.
O especialista não indica novas posições porque não há uma boa gestão de risco no ativo.
“Para quem [já] está posicionado, colocaria um stop abaixo de R$ 57,15 e tentaria levar o ativo caso ele suba até a região dos R$ 62,15 aonde eu encerraria essa operação e aguardaria uma nova correção.”
Vale [VALE3]
A Vale segue em região de consolidação. O ativo montou uma consolidação maior entre R$ 61,00 e R$ 71,00, explicou Filipe, além de, no curto prazo – em gráficos menores, como o de 60 minutos – ter montado uma entre R$ 65,60 e R$ 67,70.
“Estou aguardando um rompimento dessa consolidação menor. Acima de R$ 67,70, o alvo fica em R$ 71,00 e abaixo dos R$ 65,00, o alvo fica entre R$ 62,00 e R$ 61,00.
Indicadores econômicos
Entre os indicadores a serem divulgados na próxima semana, destacam-se o PIB e a produção industrial chineses, além da produção industrial americana.
Segundo Marco Ferrini, analista fundamentalista da Benndorf Research, o PIB da China deve apresentar um leve crescimento no terceiro trimestre, em vista da desaceleração da atividade no país e da demanda que segue deprimida interna e externamente.
Em sua projeção, ele indica que a indústria deva ser o destaque negativo do período, ao passo que os serviços deverão apresentar uma desaceleração menor ante o segundo trimestre.
“Por último, esperamos que o PIB anualizado caia abaixo dos 5%, que é a meta de crescimento estipulada para 2023, espelhando as dificuldades da segunda maior economia do mundo.”
A produção industrial chinesa deverá apresentar um crescimento modesto na comparação anual e recuo em relação ao resultado do mês anterior, informou o analista.
“A produção provavelmente mostrará impactos na produção de bens duráveis, como veículos e computadores, enquanto a extração de petróleo e gás natural tende a crescer, já que as commodities energéticas continuaram se valorizando no mês passado.”
Em contraponto, a produção industrial americana deve vir mais forte no resultado de setembro, beneficiada especialmente pelas indústrias extrativas em meio ao avanço do preço do barril de petróleo e do gás natural, explicou o especialista.
Calendário Macroeconômico
Hora
País
Evento
Segunda-feira
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Brasil
Reino Unido
Boletim Focus
Vendas no varejo (set)
Terça-feira
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16h
EUA
EUA
Discurso do Fed
Discurso do Fomc
Quarta-feira
5h
5h15
9h
9h30
9h30
11h15
14h30
China
EUA
Brasil
EUA
EUA
EUA
Brasil
Novos Empréstimos
Discurso do Fomc
IPCA ajustado (set)
PPI (set)
Núcleo do PPI (set)
Discurso do Fed
Fluxo cambial estrangeiro
Quinta-feira
3h
3h
6h
8h30
9h30
9h30
12h
Reino Unido
Reino Unido
Reino Unido
Zona do Euro
EUA
EUA
EUA
Produção industrial (ago)
PIB
Discurso do BoE
Ata da reunião do BCE
CPI (set)
Núcleo do CPI (set)
Estoques de petróleo em Cushing
Sexta-feira
00h
5h
6h
10h
10h
11h
11h
11h
11h
China
Reino Unido
Zona do Euro
EUA
Zona do Euro
EUA
EUA
EUA
EUA
Importações (set)
Discurso de Andrew Bailey, presidente do BoE
Produção industrial (ago)
Discurso do Fomc
Discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE
Expectativas de inflação Michigan (out)
Expectativas de inflação a 5 anos Michigan (out)
Confiança do consumidor Michigan (out)
Índice Michigan de percepção do consumidor (out)