Panorama da semana de 22 a 26 de setembro
A política monetária volta ao centro das atenções na próxima semana, em uma semana marcada pela divulgação do PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos e do índice de preços PCE, indicador de inflação preferido do Federal Reserve. No Brasil, o mercado acompanha a ata do Copom, o Relatório de Política Monetária e a prévia da inflação (IPCA-15).
Nos EUA, os investidores também monitoram os discursos do presidente Jerome Powell e de Stephan Miran, novo diretor do Fed que defendeu cortes mais agressivos de juros. A expectativa é de confirmação do crescimento econômico de 3,3% no segundo trimestre e de sinais sobre o ritmo de afrouxamento monetário em 2025.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa mantém canal de alta desde o fim de 2024, acumulando seis semanas consecutivas de valorização, com apenas uma correção no período. Para Filipe Borges, analista técnico da NMS Research, o índice pode buscar entre 150 mil e 151 mil pontos no curto prazo. “O mercado vem de uma sequência extraordinária de ganhos nas últimas três ou quatro semanas, mas esse movimento pode mostrar sinais de exaustão”, afirmou. Ele acrescentou que a estratégia para os próximos dias deve ser mais cautelosa: “Agora é hora de trabalhar com mais filtro e seletividade, para não devolver os ganhos obtidos.” Os principais suportes aparecem em 141,5 mil e 138 mil pontos.
Dicas de Trades
Banco do Brasil [BBAS3]
As ações do Banco do Brasil encontram barreira técnica em R$ 22,56, o que limita o espaço para novas altas. Borges avalia que, enquanto o papel não superar esse nível, não há gatilho de compra no curto prazo. Ele destacou ainda que a perda do suporte em R$ 20,65 pode abrir espaço para queda até R$ 18,00, mínima registrada em agosto. Segundo o analista, o próximo balanço será decisivo para uma visão mais clara sobre o ativo.
Itaú [ITUB4]
Já o Itaú mantém trajetória positiva e confirmou pivô de alta após o rompimento de R$ 39,10. O cenário técnico projeta valorização de até 9,3%, com alvo em R$ 42,65. Caso esse patamar seja superado, a ação pode avançar até R$ 46,52, o que representaria upside de cerca de 20%. Para Borges, o alinhamento entre os gráficos diário e semanal reforça o fluxo comprador no ativo. O stop estratégico está posicionado abaixo de R$ 37,00.
ETF Hashdex Nasdaq [HASH11]
O ETF Hashdex Nasdaq, que replica um portfólio de criptoativos, segue consolidado no gráfico semanal, mas mantém tendência de alta no longo prazo. O rompimento de R$ 94,50 abre espaço para buscar R$ 125,30, alvo que representa potencial de valorização de 30%. Borges ressalta que o desempenho do fundo está diretamente ligado ao comportamento de Bitcoin e Ethereum, que juntos compõem 95% da carteira. “O Bitcoin ainda tem espaço de alta, mas o Ethereum pode apresentar um potencial maior e puxar a valorização do fundo”, disse o analista.
Indicadores econômicos
A próxima semana será decisiva para a leitura das políticas monetárias no Brasil e nos Estados Unidos. No cenário doméstico, a ata do Copom será divulgada na terça-feira (23), seguida do Relatório de Política Monetária e da entrevista de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, na quinta-feira. Também entram no radar o Boletim Focus, na segunda-feira (22), e o IPCA-15 de setembro, na quinta-feira (25).
Nos Estados Unidos, os discursos das autoridades do Fed, incluindo Powell e Miran, devem orientar expectativas sobre cortes adicionais de juros neste ano e em 2026. O mercado vai observar com atenção a posição de Miran, que foi o único a votar por uma redução de meio ponto percentual na última reunião.
Entre os indicadores, os EUA divulgam na quinta-feira a leitura final do PIB do segundo trimestre, que deve confirmar crescimento acima de 3%, e na sexta-feira o índice PCE de agosto, termômetro central da política monetária americana.
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