Próxima semana tem PMIs industrial e composto dos EUA e Brasil na reunião do BRICS

Panorama para 21 a 25 de agosto

A última semana foi marcada por um sentimento de aversão ao risco em grande parte dos mercados globais.

Na quarta-feira, a divulgação da ata da reunião do Federal Open Market Committee (Fomc) mostrou que o Federal Reserve (Fed) parece estar disposto a realizar mais aumentos nos juros diante de evidentes “riscos de alta” na inflação do país.

Além disso, as notícias acerca de uma possível inadimplência da Country Garden – segunda maior incorporadora da China – reacenderam os temores de crise no setor imobiliário do país.

Na próxima semana, o Brasil participa da reunião do BRICS, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

No exterior, os índices de gerentes de compras (PMIs) industrial e composto dos Estados Unidos e da Zona do Euro ficarão no radar.

Radar de Proventos

Na segunda-feira (21) ficam “ex-dividendos” as ações de Metalúrgica Gerdau [GOAU4], Gerdau [GGBR4] e Yduqs [YDUQ3].

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (12) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na terça-feira (22) ficam “ex” as ações de Taurus [TASA4], Petrobras [PETR4], Engie [EGIE3], Banco do Brasil [BBAS3] e Grendene [GRND3]. 

Por fim, na quinta-feira (24), Copel* [CPLE6] e JBS* [JBSS3]. 

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research, explica que o Ibovespa se encontra em uma região de retração, em que o especialista enxerga uma grande possibilidade de retomada na tendência de alta, ou pelo menos uma correção das últimas quedas.

“Eu sou comprador na região dos 115.200 pontos. O stop ficaria abaixo dos 110 mil pontos e vejo como maior probabilidade o índice subir na região dos 118 mil a, quem sabe, os 123 mil pontos nos próximos dias”, afirmou.

Dicas de Trades

Petrobras PN [PETR4]

O ativo segue testando máximas históricas e com aumento de fluxo comprador e volume tanto no gráfico semanal quanto no diário, sinalizou Filipe. Isto acabou tornando o preço da ação cada vez maior.

“Vejo PETR4 com bons olhos, sou comprador de PETR4.”

Ele indica que, caso o ativo rompa os R$ 32,30, tem espaço para subir entre R$ 38,00 e R4 42,00 nas próximas semanas. 

Carrefour [CRFB3]

Outra ação em que Filipe se posiciona como comprador é CRFB3. O ativo respeitou uma linha de tendência de alta (LTA) no gráfico diário e o analista enxerga um retorno de volume e fluxo, o que acaba elevando o preço do ativo.

O especialista afirmou que CRFB3 tem um suporte “muito bem montado” no R$ 10,90, então ele indica um stop abaixo de R$ 10,89 para redução ou stop total na posição. 

Já o primeiro alvo seria na região dos R$ 12,50 e o final nos R$ 16,20.

Simpar [SIMH3]

“Simpar é outra ação que sou comprador”, afirmou Filipe.

O analista explica que o ativo tem dois pivôs montados, um no gráfico semanal e outro no diário. 

“O ativo bate em região de retração e já volta a entrar fluxo comprador e isso tem deslocado o preço para cima.”

Para esta posição, Filipe indica alvos na região de R$ 11,50, o que daria um espaço para valorização em torno de 22% no ativo nos próximos dias.

Indicadores econômicos

A próxima semana traz a prévia dos PMIs industrial e composto dos Estados Unidos, os quais ficarão no radar do mercado, em busca de pistas para o futuro da economia do país e, consequentemente, para a trajetória dos juros americanos.

O analista de macroeconomia da Benndorf Research, Marco Ferrini, sinaliza que, na leitura preliminar, o PMI industrial americano de agosto deve voltar a crescer, mostrando que o setor segue resiliente, assim como a economia do país.

“Nesse mesmo sentido, esperamos dados mostrando novo aumento na criação de empregos e certa retomada da demanda doméstica, mas também vemos os juros recordes e uma ata do Fed ainda bastante hawkish como fatores de atenção para os próximos meses.”

A prévia do PMI composto também deve subir em agosto, sustentada principalmente pelo setor de serviços, mas com contribuições relevantes da indústria. 

Além disso, o especialista projeta dados mais positivos em relação à demanda doméstica e um “otimismo renovado” por parte dos produtores e prestadores de serviços em relação aos próximos meses.

Todas estas questões, de acordo com Marco, devem aumentar as expectativas de um soft landing na economia americana, com a confirmação de uma leve recessão no início do ano que vem.