Panorama de 5 a 9 de maio de 2025
A segunda semana de maio começa sob forte expectativa nos mercados globais. No centro das atenções estão as decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, ambas previstas para a quarta-feira (7), além da divulgação de dados importantes como o IPCA, a produção industrial e a balança comercial brasileira. A chamada “Super Quarta” acontece em meio a um cenário internacional marcado pelas tensões tarifárias entre EUA e China e pelo impacto das políticas monetárias nas principais economias do mundo.
Panorama do Ibovespa
O Ibovespa teve uma semana de estabilidade, com baixa volatilidade, mantendo-se na faixa de topo registrada nos últimos pregões. Apesar do movimento mais contido, o desempenho é considerado positivo por analistas.
“O índice está em um bom ponto de descanso, especialmente após a forte alta da semana anterior. Essa consolidação é saudável para uma possível retomada”, explica Filipe Borges, analista técnico da Benndorf Research.
Segundo ele, a superação da marca de 136,4 mil pontos pode abrir caminho para que o Ibovespa alcance uma nova máxima histórica, em 137,5 mil pontos. “Se rompermos esse nível, o mercado pode buscar com facilidade os 140 a 142 mil pontos”, projeta Borges.
O suporte principal segue nos 122,5 mil pontos, e há espaço para valorização, principalmente se ações de grande peso no índice que ainda não performaram começarem a reagir.
Dicas de Trades
Embraer [EMBR3]
As ações da Embraer fecharam a semana com expressiva valorização, superando os fechamentos das últimas quatro semanas. O movimento vem acompanhado de aumento no volume de negociações, o que reforça a força da tendência.
“Temos um cenário muito promissor para Embraer. O rompimento da região dos R$ 67,15 abre espaço para uma alta até R$ 79,30, com projeção semanal que pode levar o papel até a faixa dos R$ 90 a R$ 100,00”, afirma Filipe Borges.
O analista destaca que a empresa encerrou a semana na máxima, com uma formação de pivô de alta no gráfico semanal, o que pode impulsionar ainda mais os preços.
Hashdex Nasdaq [HASH11]
O ETF HASH11 também apresentou um desempenho positivo na semana, sustentando uma importante região de retração e mantendo a tendência de alta no gráfico mensal.
“O ativo segurou exatamente no fechamento de um gap anterior e rompeu a máxima do mês passado já no início de maio. Isso reforça a manutenção da compra”, comenta Filipe Borges.
Com esse cenário técnico, o primeiro alvo do ativo está na casa dos R$ 100, e o objetivo final pode chegar a R$ 195 por cota, segundo análise da Benndorf.
Petrobras [PETR4]
As ações da Petrobras chamaram a atenção dos analistas nesta semana com um fechamento forte, o melhor dos últimos seis pregões. Mesmo diante da pressão recente sobre os preços do petróleo, o papel mostrou resiliência e pode oferecer uma das melhores oportunidades do momento.
“O risco-retorno está espetacular. Se houver rompimento da resistência em R$ 30,87, o alvo está em R$ 37,00, o que representa um potencial de alta de cerca de 21%”, analisa Filipe Borges. O stop técnico, segundo ele, fica na região de R$ 29,86, com risco em torno de R$ 3,30.
Borges conclui que, caso o petróleo siga se recuperando, Petrobras pode reagir ainda mais fortemente, consolidando uma excelente relação de risco e ganho.
Indicadores econômicos
A segunda semana de maio será marcada pela aguardada “Super Quarta”, com decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O Comitê de Política Monetária (Copom) deve elevar novamente a Selic, podendo levar a taxa a 14,75% ou até 15%. “O Copom está pressionado pela inflação acima da meta e por um mercado de trabalho ainda aquecido, apesar de sinais de desaceleração econômica”, avalia Leandro Manzoni, economista do Investing. A expectativa é que o Banco Central indique se essa será a última alta do ciclo ou se haverá nova elevação em junho.
Nos EUA, o Federal Reserve deve manter os juros entre 4,25% e 4,5%, mas a atenção do mercado estará voltada para possíveis pistas sobre o fim do quantitative tightening, a retirada de liquidez do sistema financeiro. “O mercado quer entender quando o Fed começará a cortar juros, mas a autoridade monetária tem adotado uma postura cautelosa, especialmente diante das incertezas sobre os efeitos das tarifas sobre a inflação”, afirma Manzoni.
Além dos juros, a semana trará uma bateria de indicadores. No Brasil, saem os dados da produção industrial, balança comercial e o IPCA de abril, este último na sexta-feira (9). No exterior, o foco recai sobre os PMIs globais, a balança comercial dos EUA e os dados de inflação da China. Também segue intensa a temporada de balanços, com divulgações importantes no Brasil — como Itaú, Bradesco, Ambev e Embraer — e nos Estados Unidos, incluindo Disney, Uber, Palantir e Mercado Livre.
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