Panorama de 17 a 21 de junho
O Ibovespa ficou na gangorra nesta semana, contaminado pela cautela nos mercados internacionais e preocupações acerca do cenário fiscal local. No pregão seguinte, o índice conseguiu fechar em alta, mas logo caiu na quarta-feira (13), enquanto o mercado esperava pela decisão do Fed, além de reagir às falas de Lula sobre a situação fiscal do país.
O Ibovespa permaneceu em baixa até esta sexta-feira (14), quando o índice voltou a avançar, após reunião do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, com o setor de bancos. Porém, em meio ao pelo ajuste de baixa em Nova York, após as máximas históricas dos dois dias anteriores nos fechamentos do S&P 500 e do Nasdaq, o IBOV não conseguiu manter o sinal durante o pregão inteiro, terminando a semana em queda novamente.
Nos próximos dias, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil realiza reunião de política monetária, em 18 e 19 de junho. É o principal evento econômico da semana que vem.
A pauta fiscal é a principal que movimenta o mercado financeiro brasileiro, que está sob o sentimento de aversão a risco, na contramão do exterior, devido às incertezas se o governo atual vai cumprir as regras do novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado.
Radar de Proventos
Ficarão ex-proventos os papéis da M. Dias Branco [MDIA3], Banrisul [BRSR6], Grupo Mateus [GMAT3] e Unifique [FIQE3] na segunda-feira (17). Em seguida, na terça-feira (18), se tornam “ex” o Bradesco [BBDC4] e Romi [ROMI3].
Já na quarta-feira (19), é a vez da B3 [B3SA3], enquanto Cruzeiro do Sul [CSED3]* fica ex-provento na quinta (20).
Por fim, WEG [WEGE3]*, Mitre [MTRE3] e Itaú [ITUB4] se tornam “ex” na sexta-feira (21).
*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.
Panorama do Ibovespa
Graficamente, ele destaca que há espaço para uma queda ainda mais acentuada.
Dicas de trades
Magazine Luiza [MGLU3]
De acordo com Borges, MGLU3 está no pivô no gráfico mensal, acionado na perda do rompimento da região de R$ 12,00.
O analista está com call de venda em aberto no ativo, com alvo na região de R$ 5,00 – que, excluídos todos os proventos, distribuição de lucros, grupamento, desdobramento, todos os eventos que causam efeito de caixa zero – mostram que o preço deve voltar para aquela região.
“Então, graficamente, acho um espaço muito bom para vendas, em busca de 40%, 50% para baixo do preço que está sendo negociado nesse momento”, afirmou.
Gerdau [GGBR4]
Gerdau vem testando importante suporte na região de R$ 16,80, segundo Borges. O analista sugere atenção, pois o ativo traça canal de baixa nos gráficos semanal e de longo prazo desde o final do ano de 2022 e início de 2023.
“Vejo como possibilidade a perda desse suporte de curto prazo“, pontuou. “O ativo também pode buscar o suporte principal na faixa de R$ 15,70, que é a base deste canal de baixa.”
Totvs [TOTS3]
Borges explica que TOTS3 vem fazendo um importante fechamento no gráfico semanal, principalmente no pregão de hoje. O papel trabalha em alta, e agora cruza médias para cima, depois de respeitar um novo fundo ascendente no gráfico semanal.
Com isso, o analista vê espaço para novas altas nos próximos dias ou nas próximas semanas, para buscar a região de resistência, em R$ 34,70.
“Olhando o gráfico diário, o stop dessa posição ficaria na perda do fundo, em R$27,55″, concluiu.
Indicadores econômicos
A decisão do Banco Central é o grande foco da semana que vem. Os investidores estarão atentos se haverá mais um corte de 0,25 ponto percentual ou fim do atual ciclo de cortes na taxa Selic. As justificativas no comunicado, divulgado após a decisão, também geram grande expectativa.
“A curva de juros precifica a manutenção da atual taxa Selic em 10,5% ao ano, o que deve ser seguida pelo Copom”, avalia Leandro Manzoni, analista de economia do Investing.com.
“A decisão deve ser unânime, para evitar desgastes com uma imagem de um Copom dividido como ocorreu na última reunião”, prossegue. “No comunicado, o Copom deve apontar um balanço de risco assimétrico, com risco maior para uma alta da inflação”, continua o analista.
O anúncio da decisão do Copom será na quarta-feira (19) às 18h, após o fechamento do mercado. No mesmo dia, às 22h30, será conhecida a taxa básica de juros na economia chinesa, que está atualmente em 3,45% ao ano. No dia seguinte será a vez do Banco da Inglaterra (BoE), que deve manter a taxa básica de juros em 5,25% no Reino Unido.
Nos EUA, a agenda será fraca. As atenções estarão voltadas para terça-feira (18), com a divulgação dos dados de atividades. Serão conhecidos os números de maio de vendas no varejo e da produção industrial na maior economia do mundo.