Próxima semana traz ata do Copom, que pode oferecer pistas de cortes na Selic

Panorama de 26 a 30 de junho

A semana foi marcada pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 13,75%. A polêmica ficou para o comunicado da reunião do órgão, que não indicou, explicitamente, um horizonte para o início dos cortes na taxa.

Tanto o presidente da República quanto o ministro da Fazenda criticaram a decisão.

Na terça-feira que vem (27), o Banco Central (Bacen) solta a ata da reunião do Copom e investidores irão monitorar se o documento, ao contrário do comunicado, trará pistas para o início da queda na Selic.

Para a próxima semana, o Conselho de Política Monetária (CMN) do Bacen irá definir a meta de inflação de 2026. 

No exterior, o Índice de Preços PCE – indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed) – sai na próxima sexta-feira e poderá ajudar os analistas a entenderem os próximos passos do BC americano, que já sinalizou para novos aumentos nos juros neste ano.

Na China, o Índice de Gerentes de Compra (PMI) composto – que engloba os setores de serviço e indústria – será divulgado na quinta-feira (29). 

Investidores acompanharão atentamente os dados que medem a atividade do país, visto às preocupações crescentes sobre uma possível recessão na economia chinesa.

Na Zona do Euro, as leituras finais do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e de seu núcleo serão divulgadas na sexta-feira (30).

Radar de Proventos

Na segunda-feira (26), as ações de Multiplan* [MULT3], Cemig [CMIG4], CSU Digital [CSUD3] e WEG [WEGE3] ficam “ex-proventos”.

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (16) terão direito aos proventos anunciados. 

Na terça-feira (27), ficam “ex” as ações de Bradesco PN [BBDC4] e Schulz [SHUL4].

Os ativos de Lojas Renner [LREN3], Track&Field [TFCO4], Blau Farmacêutica [BLAU3] e da B3 [B3SA3] ficam “ex-proventos” na quinta-feira (28).

Por fim, na quinta-feira (29), ficam “ex-proventos” Hapvida* [HAPV3], Guararapes* [GUAR3] e Suzano* [SUZB3].

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que as ações marcadas ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa 

O Ibovespa fechou a semana estável entre a faixa de 118.600 pontos e 120.600 pontos, aponta o analista técnico da Benndorf Research, Filipe Borges.

Para o especialista, o rompimento do topo é beneficiado por essa consolidação, mas ele reforça que é preciso ter cuidado com as compras, especialmente em ações para swing trade. 

O mercado tem uma resistência de 121.700 pontos, acima dos 120.600, mas Filipe considera esta barreira fraca, abrindo espaço para altas entre 126.130 mil pontos.

Se for rompida a região dos 118.500, é aberta uma oportunidade de realização até os 114.500 pontos.

Dicas de Trades

Assaí [ASAI3]

O ativo rompeu topo e confirmou um pivot de alta no gráfico diário, acompanhado de aumento expressivo de volume, aponta Filipe.

O analista indica que, caso a ação rompa a resistência em R$ 14,40, pode oferecer oportunidades de movimentos de alta, com alvos em R$ 17,00 e R$ 18,00.

Vale [VALE3] 

A ação segue em região de suporte, com boa defesa de compradores, disse Filipe.

VALE3 tem espaço para altas a partir do rompimento em R$ 70,50 e o analista sugere stop e proteção da operação caso haja a perda do suporte em R$ 63,30. 

BrasilAgro [AGRO3]

Por fim, o especialista enxerga em AGRO3 boas oportunidades de negócio. A ação faz “bonito movimento de alta acompanhado de volume crescente”. 

O rompimento da resistência em R$ 25,75 pode levar a um movimento de alta com alvo em R$ 30,00, explicou Filipe.

Indicadores Econômicos

A Bloomberg não espera que a próxima reunião do CMN traga mudanças para a meta de longo prazo, a qual deve permanecer em 3% e no intervalo de 1,5 p.p. Por outro lado, ela indica que o órgão pode adotar o modelo de meta contínua, ao invés de seguir o ano-calendário.

Para a ata do Copom, economistas consultados pelo site apontam que o documento pode esclarecer se algum corte nos juros está na agenda do comitê para este ano, além de trazer maiores explicações para a decisão de manter a taxa em 13,75%.