Próxima semana traz CPI da Zona do Euro e PIB trimestral do Brasil

Panorama para 29 de maio a 2 de junho

Depois da rápida aprovação do arcabouço fiscal na Câmara, o mercado ficará de olho na tramitação do projeto no Senado.

Além disso, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil trimestral – o primeiro do governo Lula III – será divulgado na quinta-feira (01). 

O Boletim Focus, que sai na segunda-feira e é divulgado pelo Banco Central (Bacen), também ficará no radar, já que o IPCA-15 publicado ontem veio abaixo do esperado e o mercado aguarda como isso se refletirá nas expectativas da autarquia para o futuro dos juros.

No cenário externo, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da Zona do Euro, o Livro Bege e o payroll nos EUA são assistidos de perto por investidores.

As discussões do teto da dívida americana seguem a todo vapor na Casa Branca, principalmente com a perspectiva de um acordo entre o governo federal e legisladores republicanos.

Radar de Proventos

Na quinta-feira (01), Itaú [ITUB4], Vivo [VIVT3], Itaúsa [ITSA4], SYN* [SYNE3] e JBS* [JBSS3] ficam “ex-divdendos”.

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (12) terão direito aos proventos anunciados. 

Por fim, na sexta-feira (02), ficam “ex-proventos” as ações do Bradesco [BBDC4], Banco do Brasil [BBSA3], Banco Pan* [BPAN4], Ultrapar [UGPA3] e Banco de Brasilia [BSLI3].

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa segue em tendência de alta no curto prazo e tem o próximo alvo na região dos 114 mil pontos, segundo o analista da Benndorf Research, Filipe Borges.

O suporte de curto prazo encontra-se nos 108 mil e 400 pontos e Filipe alerta que novas compras no mercado requerem um “excelente controle de risco nas operações”.

Dicas de Trades

Para trades na próxima semana, Filipe indica que Petrobras PN [PETR4] pode oferecer oportunidades. 

O ativo se encontra em tendência de alta, além de testar a resistência em R$ 27,00, aponta Filipe. 

Caso essa região seja rompida, um espaço para novas altas é aberto até a resistência em R$ 29,90, o alvo principal do movimento, como afirmou o analista. 

Outro ativo interessante a se observar na próxima semana seria o da varejista Magazine Luiza [MGLU3]. 

Atualmente, a ação está consolidada em forma de triângulo, portanto Filipe afirma que não apresenta oportunidades no momento.

“Iremos aguardar o rompimento da resistência em R$ 4,50 ou a perda do suporte em R$ 3,25 para observar entradas”, declarou.

Por fim, Filipe chama atenção para Carrefour [CRFB3]. O papel apresenta tendência de baixa no médio e longo prazo e se encontra consolidado no curto prazo. 

O analista indica que um fechamento abaixo de R$ 9,60 acompanhado de aumento de volume abre a oportunidade de venda com alvos em R$ 8,85 e R$ 7,85. 

Indicadores econômicos

A próxima semana traz dois indicadores importantes: o CPI da Zona do Euro e o PIB do Brasil. 

Segundo o analista de macroeconomia da Benndorf Research, Marco Ferrini, deve apresentar uma leve queda em maio, por conta da menor demanda por bens energéticos, à medida que a Europa passa a registrar temperaturas mais altas, além da lentidão da demanda interna e global.

Em paralelo, o núcleo do CPI deve permanecer no mesmo patamar, evidenciando o grande impacto de bens e serviços sobre os preços nos últimos 12 meses. 

“Para o segundo semestre, o indicador geral deve voltar a cair, influenciado pela energia, auxiliado pela base de comparação.”

Já para o PIB, Marco aponta para uma contração. De acordo com ele, a economia brasileira “perdeu o fôlego” nos três primeiros meses de 2023.

Ele atribui a possível queda ao esgotamento dos estímulos fiscais promovidos no segundo semestre de 2022, à reaceleração da inflação, à retomada do desemprego e incertezas quanto ao novo governo Lula. 

“Portanto, o país deve confirmar a contração e provavelmente uma recessão técnica no segundo trimestre, partindo para uma recuperação no segundo semestre.”

O panorama da Bloomberg indica o contrário. A estimativa é de crescimento de 1,1% no primeiro trimestre em relação ao anterior.