Próxima semana traz IPCA e Ata do Fomc

Panorama para 10 a 14 de abril

A semana pós-Páscoa será marcada pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) às 9h da terça-feira (11). Em segundo plano, também saem as vendas do varejo de janeiro. Vale lembrar que a temporada dos balanços comerciais do 4T22 acabou.

No exterior, investidores monitoram a ata do Federal Open Market Committee – Comitê Federal de Mercado Aberto, ou FOMC-, órgão do Federal Reserve (Fed). 

Radar de proventos

Na segunda-feira (10), ficam “ex-dividendos” os fundos imobiliários do BTG Pactual [BRCR11]. 

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (24) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na terça-feira (11) ficam “ex” Ferbasa [FESA4] e Tim [TIMS3].

Na quarta-feira (12), dia mais cheio da semana, ficam “ex-direitos” as ações da EDP Brasil [ENBR3], da Fleury [FLRY3] e Porto [PSSA3].

Somente Tegma [TGMA3] fica “ex-provento” na quinta-feira (13).

Por fim, Atacadão [CRFB3] e Telefônica Brasil (Vivo) [VIVT3] ficam “ex” na sexta-feira (14). 

Indicadores econômicos

A agenda da próxima semana traz o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – o IPCA -, principal marcador para se observar a tendência da inflação. 

Segundo Marco Ferrini, especialista em macroeconomia da Benndorf Research, o índice deve ficar em linha com o resultado do IPCA-15, refletindo os impactos da reoneração dos impostos federais, do ICMS em alguns estados e das tarifas de transmissão e distribuição de energia elétrica. 

“Além disso, um fator sazonal que também deve contribuir para a alta do IPCA é a incorporação da fração mensal do reajuste dos planos de saúde”, acrescentou.

O analista prossegue dizendo que os alimentos devem desacelerar em relação a fevereiro, por conta da queda das commodities agrícolas e previsões de safra recorde de soja no Brasil.  

Já sobre a ata do Fomc, Marco explica que o documento deve “continuar trabalhando os dois lados da moeda que o FED enfrenta” , os quais seriam o combate à inflação, por meio de mais um aumento nos juros e a possibilidade de intensificar a crise no setor bancário com juros mais altos.

“Dito isso, esperamos um reforço de que a autoridade monetária deve conduzir mais um ajuste de 0,25 p.p. para o intervalo de 5% – 5,25%, mais linhas discorrendo sobre a “solidez e resiliência” do sistema bancário estadunidense e afirmações sobre a continuidade do processo de redução do balanço do Fed”, pontuou.

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa segue com tendência de baixa tanto no gráfico semanal quanto no diário, de acordo com o analista técnico da Benndorf Research, Filipe Borges.

“A perda dos 100 mil pontos abre espaço para quedas mais importantes até os 97 mil, que, se perdido, para mim vai no alvo da parte inferior desse canal de baixa, em 91 mil e 500 pontos”, completou.

Desempenho do Ibovespa de 03 a 07 de abril. [Fonte: Filipe Borges/Trading View]

Dicas de Trades

Para trades na próxima semana, Filipe Borges analisa que o papel da CSN [CSNA3] pode oferecer oportunidades. Os papéis da empresa estão em tendência de baixa no gráfico diário, de acordo com o analista.

CSNA3 “tem uma resistência em R$ 15,95 e o suporte em R$ 13,50 que, se perdido, abre espaço para buscar o alvo da nossa operação de venda em R$ 10,80”, comentou.

Outra possibilidade de trade, segundo Filipe, seria a ação de Caixa Seguridade [CXSE3], que fechou rompendo uma importante resistência. 

“Caixa Seguridade fechou rompendo uma importante resistência dos R$ 8,95 e, se nós tivermos o rompimento da máxima de quinta-feira e R$ 9,15 na segunda-feira, abre espaço para novas altas no ativo com objetivos em R$ 10,70 e R$ 12”, explicou o analista

O suporte e o stop para proteger a operação neste caso ficariam abaixo de R$ 8,50, alerta Filipe.

Por fim, Filipe explica que a Movida [MOVI3] tenta sair da consolidação entre R$ 6,90 e R$ 8,50. “Se na segunda-feira romper R$ 8,50, abre espaço para altas com o objetivo de R$ 9,50 e o fechamento do gap de vários meses atrás em R$ 13,40”, disse o analista. 

Para Filipe, MOVI3 é “um belo ativo”, que apresenta uma “ótima volatilidade”. 

“Pode ser uma importante operação na ponta compradora para buscar um objetivo final em torno de 50% de valorização na ação”, esclareceu.