Panorama de 20 a 24 de maio
O Ibovespa teria tudo para ter uma semana inteira em alta, não fosse a demissão de Prates da presidência da Petrobras [PETR3;PETR4], na última terça-feira (14). No dia seguinte, as ações da companhia chegaram a cair mais de 7%, e em dado momento precisaram parar de ser negociadas para evitar maiores estragos.
Mesmo com a notícia, o índice ainda conseguiu sustentar alta leve na quinta-feira (16), mas ainda era penalizado pela petroleiras, seguindo assim até o pregão de hoje.
Na próxima semana, o mercado acompanha os PMIs dos EUA e o PIB da Alemanha.
Radar de Proventos
Ficarão ex-proventos os papéis da Grendene [GRND3] na quarta-feira (22).
Já na sexta-feira (24), é a vez de Mitre [MTRE3] e Santander [SANB11]* e Randon [RAPT4]*.
*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.
Panorama do Ibovespa
No gráfico, o Ibovespa teve uma semana neutra, com lateralidade e pouca volatilidade, “mas um ponto positivo é que ele está acumulando perto do rompimento da linha de tendência de baixa (LTB)”, diz o analista técnico Filipe Borges.
Para a semana que vem, ele recomenda muita atenção ao rompimento dos 130 mil pontos do índice, o que abriria espaço para altas até a máxima em 134 mil pontos.
Em contrapartida, uma perda do suporte em 127 mil pontos “abre espaço para novas quedas e, quem sabe, buscar a base desse canal de baixa na região dos 125 a 124 mil pontos”.
Dicas de trades
Petrobras [PETR4]
A Petrobras teve seu terceiro dia consecutivo de queda forte na sexta-feira. As ações ainda têm espaço para quedas até os R$ 35,35, um suporte observado em 5 de abril deste ano.
“A partir desse ponto, Petrobras pode buscar o suporte principal do ativo, na região dos R$ 33.” O analista ainda não vê nenhuma oportunidade no papel. “A gente precisa enxergar alguma reversão de tendência, pelo menos nos tempos intradiários, como 60 minutos ou até 15 minutos.”
Além de não apresentar entrada para compras, PETR4 ainda tem espaço para correções nos próximos pregões.
Casas Bahia [BHIA3]
As ações tiveram uma boa semana, na visão de Filipe Borges. O ativo fechou com boa movimentação de alta, sendo inclusive uma operação em que o analista está comprado na região dos R$ 7,18.
O objetivo de curto prazo da posição é o rompimento da resistência anterior, em R$ 8,25, que abre espaço para altas até R$ 9,75. “Esse é o ponto do nosso objetivo, para buscar uma rentabilidade em torno de 35% nesse ativo.”
O stop da operação está em R$ 7,18, “ou seja, sem risco, a não ser que o ativo apresente um gap na sua abertura”. Ele já realizou uma parcial de 5% na última semana.
Positivo [POSI3]
Positivo é outra operação em que Filipe está posicionado na ponta compradora, à cotação de R$ 10 o ativo. O stop loss da operação fica a R$ 9,02, a realização parcial a R$ 10,50, e o alvo a R$ 12.
“Esse papel está com algumas formações de pivô de alta, tanto no gráfico semanal quanto no diário.” A ação trabalhou em alta de 4,5% nesta sexta-feira, e se for acima dos R$ 10,50, voltará a romper uma LTB longa do gráfico mensal.
Tal rompimento geralmente provoca movimentos explosivos no ativo, o que levaria alvo até bem mais para cima, entre R$15 a R$18. Assim, Filipe acredita que ainda entrar no papel no atual patamar de preço, “sempre com stop para uma boa proteção e gerenciamento de risco do seu capital”.
Indicadores econômicos
A expectativa é que os indicadores de atividade dos Estados Unidos mostrem mais desaceleração na prévia de maio, em linha com os outros índices de atividade e emprego apresentados nas últimas semanas., de acordo com o analista da Benndorf Research Marco Ferrini.
Ele afirma que a indústria tende a aprofundar seu nível de contração, prejudicada pelos juros altos e pelo alongamento do ciclo de política monetária restritiva do país, enquanto os serviços tendem a perder mais ritmo e registrar crescimento marginal no período, sentindo as pressões dos juros e, principalmente, da inflação alta.
No mais, ele prossegue, é esperado que ambos os setores registrem redução no número de empregos pelo segundo mês consecutivo diante de um cenário mais adverso do que o esperado inicialmente, fato que também deve reduzir o otimismo.
“Ao mesmo tempo, antecipamos uma inflação menor com a queda no nível de atividade”, acrescentou.
Já na Europa, o analista aponta que a Alemanha deve confirmar crescimento de 0,2% no PIB dp primeiro trimestre de 2024, retomando as expansões após confirmar uma recessão técnica no final de 2023.
A principal potência europeia parece ter retomado parcialmente seu ritmo de atividade ao longo dos três primeiros meses do ano, impulsionada exclusivamente pelos serviços, que se beneficiaram de certo alívio na inflação causado por pacotes de auxílio fiscal e do mercado de trabalho forte, segundo Ferrini.
Sendo assim, os dados devem seguir mostrando um setor industrial com dificuldades em meio à maior taxa de juros da história do bloco europeu.
“Ressaltamos que a Alemanha ainda enfrenta obstáculos e o crescimento da Zona do Euro vem sendo impulsionado em grande parte pelas economias menores”, refletiu. “Mas, diante dos sinais de resiliência dos países no 1T e da ampla expectativa de corte de juros em junho, esperamos que as potências ganhem mais ritmo no segundo semestre do ano.”
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