Próxima semana traz reuniões do Fomc e Copom

Panorama para 18 a 22 de setembro

A semana foi marcada pela divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ajustado de agosto, que mostrou uma alta de 0,23% ante julho. O dado veio abaixo do consenso de crescimento de 0,29% para o período.

No ano, o IPCA acumula alta de 3,23% e de 4,61% nos últimos 12 meses.

No exterior, o índice de preços ao consumidor (CPI) dos Estados Unidos cresceu 0,6% em agosto ante o mês anterior. O preço mais elevado da gasolina foi responsável por mais da metade do aumento do indicador.

Para a próxima semana, investidores poderão acompanhar os efeitos destes indicadores para a política monetária de ambos países, já que na terça-feira (19) e na quarta-feira (20) ocorrem as reuniões do Fomc, nos EUA, e do Copom, no Brasil.

Radar de Proventos

Na segunda-feira (18) ficam “ex-dividendos” as ações de Cielo* [CIEL3] e M. Dias Branco [MDIA3].

Isto sendo, investidores posicionados nas referidas ações até a última sexta-feira (15) terão direito aos proventos anunciados. 

Já na terça-feira (19) ficam “ex” os papéis de Itaú [ITUB4] e Romi [ROMI3].

Na quinta-feira (21), é a vez de Vibra* [VBBR3] e Odontoprev* [ODPV3] ficarem “ex-dividendos”. 

Por fim, na sexta-feira (22), Rede D’Or* [RDOR3], Carrefour* [CRFB3], Metisa [MTSA4] e B3 [B3SA3] ficam “ex-direitos”.

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

O Ibovespa apresenta um padrão de alargamento no gráfico diário, segurando em região de resistência entre 120 e 119 mil pontos, com diminuição de volume nos últimos dias, disse o analista técnico da Benndorf Research Filipe Borges.

Ele sinaliza para os investidores não esperarem altas claras no índice nos primeiros dias da próxima semana. Para o analista, o Ibovespa deve voltar, pelo menos, às regiões de 117 ou 116 mil pontos a fim de voltar a subir.

“Para novas compras, ainda precisa-se enxergar uma reversão positiva no gráfico diário”, completou.

Dicas de Trades

Magazine Luiza [MGLU3]

O papel está rompendo um triângulo simétrico no gráfico semanal, o que pode ser interpretado como um pivô de baixa, abrindo espaço para mais possíveis quedas, esclareceu Filipe.

“Está confirmada já a perda desse triângulo pelo gráfico semanal, já foi acionada a venda. Tanto que temos um call de venda nesse ativo”, afirmou.

A ação tem suporte em R$ 2,35 e R$ 2,00, mas o alvo do pivô de baixa seria entre R$ 1,00 e R$ 0,67. Para Filipe, não há indicação alguma de compra para MGLU3.

Vale [VALE3]

A ação registrou uma boa alta na semana, afirmou Filipe. VALE3 está consolidada entre R$ 70,50 e R$ 61,00, mas apresentou um bom movimento.

Apesar disso, o analista não é comprador do ativo no curto prazo, optando por aguardar uma situação mais confortável, com uma gestão de risco “interessante e inteligente, ou seja, com stop mais curto do que o alvo que nós podemos trabalhar”.

Acima dos R$ 71,00, VALE3 apresenta primeiro alvo relativamente curto, nos R$ 72,65, e depois apenas nos R$ 80,00.

“Mas, no curto prazo, ainda aguardo um sinal mais claro de compra em Vale, avaliando uma compra para semana que vem.”

Blau Farmacêutica [BLAU3]

Filipe afirma que BLAU3 confirmou a perda de um suporte no gráfico semanal, indicando uma entrada numa operação de venda ou redução na ponta compradora para quem já está posicionado no ativo.

O analista enxerga potencial para quedas mais relevantes, já que esta estrutura de baixa projeta um alvo para o ativo entre R$ 12,00 e R$ 9,75. A ação alcançou sua mínima histórica e teve um volume relevante em sua queda de hoje, em 5,06%. 

Esta baixa no papel tem potencial para abrir espaço para novas desvalorizações, o que pode trazer ganhos de 28% a 40% para quem é operado vendido nas próximas semanas.

Indicadores econômicos

A próxima semana é marcada por duas importantes reuniões de política monetária: a do Fomc e do Copom.

Nos EUA, é consenso do mercado e praticamente unanimidade entre os votantes do Fomc que a taxa de juros deve permanecer estável em setembro, no intervalo entre 5,25% e 5,50%, afirmou o analista fundamentalista da Benndorf Research, Marco Ferrini.

Entretanto, o analista aponta que o comunicado deve enfatizar a postura guiada por dados econômicos adotada pela autarquia, mantendo a possibilidade de mais um aumento de 0,25 p.p. até o final do ano.

Por aqui, o Copom deve seguir sua trajetória de cortes iniciada na reunião de agosto e promover mais uma queda de 0,50 p.p. na Selic, em linha com a melhor na pressão inflacionária e dos indicadores de atividade econômica, assim como do risco político e fiscal, disse Marco.

Para o analista, o comunicado deve manter o discurso dovish, mas trazer algumas ressalvas quanto ao novo aumento das expectativas de inflação para o ano, fato possivelmente relacionado às perspectivas de impactos do El Niño e com o maior nível de crescimento econômico do país após fortes dados do PIB.