R$ 29 bilhões arrecadados em follow-ons não significam reaquecimento do mercado

DSC2686bx

Na última semana, a B3 divulgou que todas as 17 empresas que realizaram oferta subsequente de ações, ou follow-on, levantaram mais de R$ 29 bilhões apenas em 2023. Destas, oito haviam feito IPO entre 2020 e 2021.   

Dentre as companhias, algumas ultrapassaram o valor arrecadado de R$ 1 bilhão. Na ordem, BRF [BRFS3] acumula R$ 5,4 bilhões; Copel [CPLE6], R$ 4,6 bilhões; Localiza [RENT3], R$ 4,5 bilhões; Assaí [ASAI3], R$ 4 bilhões; Viveo [VVEO3] e Dasa [DASA3], R$ 1,7 bilhão; Vamos [VAMO3], R$ 1,3 bilhão; e Hapvida [HAPV3], R$ 1,06 bilhão.

Além disso, a B3 projeta que o número de empresas que fizeram follow-on em 2023 deva ultrapassar o do ano anterior, que totalizou 19 ofertas. Em 2022, o destaque foi a Eletrobras [ELET3], que captou R$ 33 bilhões.

Na nota, o superintendente de Relacionamento com Empresas da B3, Leonardo Resende, explicou que as companhias estão de volta ao mercado para captar recursos, poucos anos depois da realização de seus IPOs.

“Isso nos mostra a força e a capacidade do mercado de capitais em auxiliá-las em seu crescimento”, disse o superintendente. 

Depois da seca de 2022, quando a B3 não teve nenhuma empresa nova listada pela primeira vez desde 1998, os números representam uma volta das captações na indústria de fundos, principalmente em fundos de ações e fundos multimercados, afirma Leonardo Piovesan, CNPI e analista fundamentalista da Quantzed.

Em 2021, foram 46 IPOs no total, o maior número de ofertas iniciais de ações na bolsa desde 2007. Por momentos de maior destaque, o analista diz que apesar da volta significativa, o acúmulo de 2023 não chega a ser histórico.

“Entretanto, apesar do movimento tímido, ainda assim houve uma inversão do cenário prévio e o principal fator para os follow-ons foi a queda na taxa de juro, que ajudou a reduzir a diluição das ações na captação”, explicou o analista.

Max Bohm, estrategista de ações da Nomos, argumenta que apesar de um momento bom, ainda é muito cedo para falar sobre um reaquecimento do mercado de capitais do país. 

Ele diz que o cenário foi questão de oportunidades, dado que o mercado melhorou e essas empresas precisavam fazer ofertas para captar recursos e crescer, ou mesmo para dar saída para acionistas.

“É necessário juros mais para baixo para que o mercado reaqueça e a gente veja mais follow-ons nos próximos meses”, concluiu o estrategista.

Compartilhe em suas redes!

WhatsApp
Facebook
LinkedIn
PUBLICIDADE

Matérias Relacionadas

PUBLICIDADE

Preencha o formulário e receba a melhor newsletter semanal do mercado financeiro, com insights de especialistas, notícias e recomendações exclusivas.

PUBLICIDADE
Are you sure want to unlock this post?
Unlock left : 0
Are you sure want to cancel subscription?