O IPCA apresentou alta de 0,83% em fevereiro, maior variação em um ano. O acumulado nos últimos 12 meses foi de 4,50%, praticamente estável em relação aos 4,51% anteriores. Ambos os resultados superaram as expectativas do mercado.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta. Como já era esperado, o segmento de Educação (4,98% e 0,29 p.p) foi o principal destaque em função dos reajustes de preços que são realizados no começo de cada ano letivo. Os outros destaques foram os grupos de Alimentação e bebidas (0,95% e 0,2 p.p.) e Transportes (0,72% e 0,15 p.p.).
Em Educação, os cursos regulares (6,13%) tiveram a maior contribuição, com as maiores variações vindo do ensino médio (8,51%), do ensino fundamental (8,24%) e da pré-escola (8,05%). Curso técnico (6,14%), ensino superior (3,81%) e pós-graduação (2,76%) também tiveram altas.
No grupo Alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio subiu 1,12%, influenciada principalmente pela cebola (7,37%), batata-inglesa (6,79%) e frutas (3,74%), itens que continuam sendo bastante impactados pelos efeitos climáticos. A alimentação fora do domicílio (0,49%) acelerou em relação a janeiro (0,25%), alavancada pela refeição (0,67% x 0,17% em janeiro).
Já em Transportes, os preços de todos os combustíveis (2,93%) avançaram: etanol (4,52%), gasolina (2,93%), gás veicular (0,22%) e óleo diesel (0,14%). A gasolina e o óleo diesel foram afetados pelo aumento de ICMS que passou a valer no dia 1º de fevereiro.
Houve alta ainda nos itens táxi (0,64%) e ônibus urbano (1,91%), enquanto a passagem aérea recuou 10,71% e teve o maior impacto negativo de todo o índice (-0,09 p.p.).
A principal surpresa do resultado de fevereiro foi o etanol, que apresentou a maior variação entre os combustíveis muito provavelmente pressionado pela maior demanda e período de entressafra da cana-de-açúcar.
Por fim, apesar do resultado levemente acima das expectativas, seguimos com perspectivas positivas para a inflação brasileira em 2024 e esperamos mais desaceleração do índice acumulado nos próximos meses em função do nível de atividade menor do setor agropecuário, redução dos impactos do El Niño e perda de ritmo da economia global.