Cenário Junho de 2023 – hora dos ativos de risco chegou

Cenário - bussola - 2306

DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.

Estamos mais positivos com ativos de risco: bolsa e fundos imobiliários locais. Quatro elementos justificam essa posição: (i) juros mais baixos no horizonte; (ii) atividade econômica surpreendendo positivamente, (iii) precificação ainda barata e (iv) fluxo de gringo positivo.

Juros mais baixos no horizonte. Desde o início de junho de 2023, estamos mais construtivos com o cenário macroeconômico. Para nós, o Banco Central (BC) deixou relativamente claro que começa a queda da SELIC a partir de agosto de 2023, tendo a evolução do arcabouço fiscal ajudado (aprovação na Câmara, ainda que Senado tenha alterado texto, que por hora voltou a Câmara) demais.

Esperamos uma aprovação do arcabouço fiscal em alguma versão próxima ao que foi aprovado inicialmente na Câmara. Com isso, o risco fiscal diminuiu bastante e cenários mais negativos foram descartados. A curva de juros tem contado essa história desde o final de janeiro de 2023.

Por fim, na seara dos juros, o CMN acabou (enquanto escrevo esse artigo) de manter na reunião de hoje (29 de junho) a meta de IPCA para o BC em +3,0%, com margem de 1,5 p.p. para mais ou para menos em 2026 e alterou a dinâmica de sua cobrança de estática ao final de cada ano para contínua. Essa alteração do CMN deve repercutir positivamente no mercado.

Atividade econômica surpreendendo positivamente. O PIB brasileiro tem surpreendido nesse ano. Leituras iniciais de analistas para o ano apontavam algo ao redor de +1,1%.

O último Boletim Focus (23 de junho) aponta para PIB de 2023 em +2,14% e o de 2024 em +1,20%. Não é nenhum crescimento asiático, mas estamos melhores do que as expectativas iniciais apontavam. Suportando esse fenômeno, credito a alta à (i) amadurecimento de reformas do últimos governo (ie portos, saneamento, geração elétrica) e (ii) melhoria de ambiente macro e confiança do consumidor (ie bolsa família reforçado, desemprego continua em baixa).

Precificação ainda barata para bolsa. Mesmo com alta recente, em que Ibovespa saiu de 97 mil pontos para bater 120 mil pontos, ainda vemos a precificação barata perante a geração de lucros das empresas.

As grandes empresas foram na frente e, em algum momento posterior, deveremos ver uma recuperação das menores (small caps) também. Uma carteira diversificada, entre grandes e pequenas, além de negócios sólidos é nossa sugestão para o momento (a Carteira do Max é exatamente assim).

Posição técnica e fluxo favoráveis. A posição gráfica é favorável a ativos de risco, assim como tem se mostrado positivo o fluxo de investidores estrangeiros em bolsa local. Cereja no bolo!

Na renda fixa, preferimos uma posição equilibrada entre pré, inflação e pós. Lembrando que a posição média do brasileiro é normalmente carregada de pós, principalmente num momento de juros em alta, uma posição equilibrada entre os indexadores dará mais ênfase ao pré-fixado e à inflação na carteira.

O pré-fixado se encarregará de aproveitar as altas taxas de juros por mais tempo – a curva de juros vem fechando (as taxas diminuindo) e travar os níveis atuais deve ser um bom posicionamento.

Já a inflação é fundamental em um país extremamente indexado como o nosso. Nunca descuide de ter uma posição generosa de ativos atrelados/indexados à inflação entre a renda fixa no Brasil. Podemos ver a inflação atingir seus patamares mínimos em breve e esse pode ser um bom momento de entrada.

Na inflação, posições mais longas podem ajudar a alavancar o resultado da carteira com o efeito da duration; entretanto, aconselhamos exatamente para essas durations maiores usar os soberanos, que não têm risco de crédito e possuem alta liquidez.

Global: gostamos de renda fixa para aproveitar a taxa de juros em alta nos EUA. Por fim, não descuide também de internacionalizar parte de seu portfólio. Algo entre 10% e 30% de ativos no exterior é benéfico e apropriado a maioria. Só não seria o caso para investidores muito conservadores.

Para investidores que vivam, ganhem e gastem em moedas gringas, pode ser o caso de posições até maiores que 30% em ativos no exterior. Dado o nível de juros nos EUA, que ainda deve subir esse ano e não cair até ano que vem, preferimos ganhar em renda fixa americana na exposição global.

Principais riscos (negativos) do cenário.

LOCAIS: Curto prazo: (i) atividade voltar a arrefecer; (ii) fluxo de gringos parar de vir para Brasil por estresse global (risk off); Longo Prazo: (iii) inflação voltar com força; (iv) incertezas políticas internas e insegurança jurídica; (v) piora das condições da Argentina.

GLOBAIS: Curto Prazo: (i) recessão nos EUA se materializar (ii e iii podem ser causas); (ii) bancos/empresas nos EUA voltarem a quebrar; (iii) inflação global não arrefecer sem mais altas significativas de juros; (iv) guerra Rússia x Ucrânia tomar rumo impensado dado motim do exército Wagner; (v) China – atividade desacelerar mais; Longo Prazo: (vi) China e EUA rivalidade aprofundar e piorarem seu relacionamento ou entrarem em confronto aberto (ie Taiwan); (vii) novos conflitos geopolíticos; (viii) AI gerar desemprego estrutural forte e desassossego social em diversos lugares.

Talvez o maior “risco” hoje é o investidor brasileiro não ter um pedaço de seu portfólio em ativos de risco (bolsa e imóveis), adequado ao seu perfil, pensando em um cenário de 24 a 36 meses.

Dúvidas em como implementar mais ativos de risco na sua carteira? Fale com seu assessor ou se não for nosso cliente, entre em contato!

Bons investimentos!

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