Os resultados da São Martinho no quarto trimestre fiscal de 2025 vieram abaixo do esperado, impactados por menores volumes de vendas e pelos efeitos dos incêndios florestais que atingiram suas lavouras em agosto de 2024. Ainda assim, analistas do JP Morgan e do BTG Pactual veem resiliência nos números do ano como um todo e mantêm recomendação de compra para as ações da companhia, confiantes em uma recuperação na próxima safra.
No trimestre, o EBITDA ajustado caiu 33% na comparação anual, para R$ 771 milhões, com margem de 44,4%, segundo o JP Morgan. Já o BTG reportou EBITDA de R$ 959 milhões, 11% abaixo de sua estimativa, pressionado pela menor venda de Açúcar Total Recuperável (ATR). Os analistas destacaram que a perda de cerca de 1 milhão de toneladas de cana afetou a rentabilidade da empresa e resultou em uma redução de aproximadamente R$ 250 milhões no EBITDA do exercício.
Apesar do fim de safra mais fraco, a São Martinho apresentou crescimento de 12% no EBITDA ajustado anual, com melhora de margens. A estratégia de vendas mais linear de etanol, aliada ao bom desempenho da operação com milho, ajudou a suavizar os impactos negativos do setor sucroenergético tradicional. O etanol de milho, segundo o BTG, gerou margens sólidas de R$ 1,33 por litro e continuará sendo uma fonte relevante de rentabilidade.
Para a safra 2025/26, a companhia projeta moagem de 22,6 milhões de toneladas de cana, alta de 3,7%, e processamento de 515 mil toneladas de milho. O guidance divulgado está em linha com as projeções dos analistas, embora o capex esperado de R$ 2,3 bilhões tenha superado a estimativa do BTG em 11%, devido a investimentos de expansão.
Ambos os bancos destacam que o pior já passou e veem na normalização do mix de produção e na redução dos custos operacionais um cenário mais favorável para 2026. O JP Morgan avalia que os efeitos negativos foram concentrados no trimestre, mas que o desempenho anual foi resiliente. O BTG, por sua vez, aponta que o desempenho recente abaixo do mercado abre oportunidade para investidores, sustentado por fluxo de caixa livre robusto e preços do açúcar já travados em níveis atrativos.
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