O Ibovespa opera em alta marginal nesta quinta-feira (06). Apesar de reduzir ganhos, ainda segue na contramão da queda das bolsas de Nova York. Por lá, continua presente o temor de recessão, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, em meio a aumentos de juros. Internamente, a falta de novidades e o “fator eleição” mantém o índice valorizado.
Com alta de 1,48% (ON) e 1,02% (PN), a Petrobras (PETR3; PETR4) ajuda o índice brasileiro a destoar de Wall Street. No entanto, o desempenho de Vale (VALE3), que cai 1,53% e opera entre as maiores perdas, pesa contra o Ibovespa.
Entre as demais mineradoras e siderúrgicas, Usiminas (USIM5) cede 2,28% e CSN Mineração (CMIN3), 1,63%. Ambas também estão entre as líderes de baixas.
Na contramão do setor, Gerdau (GGBR4) valoriza 1,58%, após anúncio de que o conselho de administração da empresa autorizou a contratação de uma linha de até US$ 875 milhões, na última segunda-feira (03).
As empresas do setor de educação avançam na ponta positiva do índice, impulsionadas pela notícia de que o ex-presidente Lula reafirmou que pretende retomar o programa de financiamento estudantil (Fies) caso seja reeleito. As ações da Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) lideram o Ibovespa, enquanto saltam mais de 5% no pregão de hoje.
O dólar registra sinal positivo, e renovou máxima a R$ 5,21 há pouco. A moeda se fortalece ante o real acompanhando a valorização externa, ainda na esteira do anúncio de corte da produção de petróleo pela Opep+ ontem, que pode manter a inflação elevada exigindo manutenção da postura agressiva de alta de juros pelo Federal Reserve, principalmente.
Porém, o fluxo cambial para o Brasil está positivo nesta manhã e coloca barreira no avanço da divisa a R$ 5,21, por enquanto. O ajuste externo positivo da moeda americana tende a predominar em véspera de divulgação do relatório de empregos (payroll) dos Estados Unidos de setembro.
🇧🇷 Ibovespa +0,61% (117.910)
💵 Dólar +0,26% (R$ 5,19)
Cotações registradas às 12h10
Commodities
O petróleo operou em alta, ampliando os robustos ganhos que acumulou desde o começo da semana em meio a expectativas de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciaria um significativo corte na sua produção, o que se confirmou ontem.
A Rystad acredita que a Opep+ na verdade registrará uma queda real de 1,2 milhão de bpd na sua produção. Para a consultoria, a tendência de qualquer modo é que a commodity ganhe mais fôlego, com o barril do Brent batendo em US$ 100 até o fim deste ano.
Segundo a Rystad, a organização não conseguirá entregar todo o corte prometido. Ela lembra que 14 dos 23 membros do grupo, ou o equivalente a 39% da produção da Opep+ em setembro, estão atualmente produzindo abaixo do combinado, portanto o corte de fato não será de 2 milhões de bpd.
Como exemplo, a Rystad cita que a Rússia produz agora cerca de 9,7 milhões de bpd, mas sua nova cota é de 10,5 milhões de bpd. Os países que devem fazer mais cortes são Arábia Saudita (520 mil bpd), Iraque (220 mil bpd), Emirados Árabes Unidos (150 mil bpd) e Kwait (135 mil bpd).
Além disso, a alta da commodity fez subir a defasagem dos preços internos dos combustíveis no Brasil, segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), aumentando a pressão por reajustes da Petrobras para manter a paridade com os preços de importação (PPI), política adotada pela estatal desde 2016.
O minério de ferro fechou perto da estabilidade, com leve alta, na bolsa de Cingapura, em meio à Golden Week na China. As bolsas chinesas de Dalian e Qingdao não funcionam nesta semana devido ao feriado.
🛢 Brent +0,84% (US$ 94,15)
🛢 WTI +0,91% (US$ 88,56)
🇨🇳 Minério de ferro +0,29% (US$ 94)