Sexta maior provedora de Internet do país, Desktop [DESK3] tem “mar azul muito maior do que outras empresas”

desk3

“Um ativo muito valioso do ponto de vista estratégico” é a definição da JGP para a Desktop [DESK3]. A gestora tem atualmente posição de 5% na provedora de banda larga, da qual é acionista desde o IPO, em 2021.

Tudo o que viram na Desktop sempre fez muito sentido na tese de investimentos da companhia, diz Luís Gustavo Mussili, analista de renda variável da JGP.  Ao analisar qualquer empresa, explica, sempre interessa o quanto ela cresce e o retorno mar azul muito maior do que outras empresas projetável do investimento (ROIC).

“A gente percebeu que a Desktop tinha um mar azul muito maior do que outras empresas.” A causa do privilégio é geográfica: localizada no interior do estado de São Paulo, a Desktop tem uma concentração de potenciais clientes de renda superior à média do Brasil.

A companhia tem hoje a maior rede de fibra óptica do interior paulista. Ela encerrou o primeiro semestre de 2023 com mais de 970 mil clientes – a sexta maior provedora do país em número de assinantes.

No mercado de capitais, entretanto, a empresa tem pouca visibilidade. Além de ser small cap, a companhia tem poucas ações em livre circulação – ou baixo free float, – contando ainda com a existência de controlador e acionistas de referência. Também contribuem para a liquidez reduzida os fundos posicionados, que pouco alteram suas participações na companhia.

DESK3, entretanto, acumula mais de 90% de alta em 2023.

Diante dos investimentos já feitos pela Desktop, a JGP vê uma avenida de crescimento com rentabilidade adiante, mencionando a solidez dos fundamentos da companhia. “É um business que tem retorno sobre capital investido consideravelmente acima do custo de capital”, trunfo ampliado pelo aspecto geográfico.

Ademais da renda média elevada, o interior paulista dispõe também de um parque industrial a ser atendido pelos serviços de banda larga.

Pequenas empresas, excelentes negócios

A Desktop é uma ISP – provedora de serviços de internet –, uma das muitas empresas menores de banda larga disponíveis no Brasil, que já chegou a ter mais de 10 mil ISPs. Um fenômeno distinto do resto do mundo, onde o setor de telecomunicações é dominado por grandes companhias.

Por aqui, descreve Luís Gustavo, as chamadas “big telcos” – a saber, Claro, Vivo e Tim – concentraram-se por muito tempo no investimento em telefonia móvel. Já o segmento de banda larga fixa ficou restrito aos grandes centros urbanos.

As ISPs surgiram em tal conjuntura, para preencher a lacuna de prestação de serviços de banda larga nos lugares não atendidos pelas grandes corporações.

Os começos foram rudimentares. “Muitas vezes era um engenheiro, um cara que entendia um pouco, começava a passar fibra em uma rua, em um bairro, e essas empresas foram crescendo, se tornando bem maiores.”

Com o passar do tempo, prossegue o analista da JGP, a tendência de uma consolidação do mercado de ISPs ficou clara para o mercado, que passou a apostar na compra das empresas menores pelas maiores.

A própria Desktop tem construído uma rede contínua, “o que traz muita sinergia para a operação e permite ser mais fácil não perder a característica principal: o atendimento”.

Enquanto as big telcos são famosas nas regiões metropolitanas pela deficiência no suporte ao cliente, as ISPs, por serem regionalizadas, conseguiram entender e atender muito melhor a necessidade dos clientes, frisa Luís Gustavo.

De fato, o englobamento de ISPs menores pelas maiores ganhou espaço no segmento, confirmando as projeções e abrindo margem para a segunda etapa da consolidação desse mercado antes pulverizado: grupos médios se unindo para tornarem-se corporações maiores.

Nesse ínterim, a JGP projeta uma fusão da Desktop com outra companhia média em breve. Todavia, destaca que um eventual acordo “não é um ponto essencial para o case”.

Filosofia de investimentos

“A gente está numa casa macro, então não tem como fugir disso”, diz Luís Gustavo Mussili a respeito da análise da tese de Desktop no contexto macroeconômico.

Sendo a JGP uma gestora originalmente focada em macroeconomia, os dois pilares dos fundos de bolsa da casa são valor e ciclos econômicos – mais recentemente, o ESG entrou para a lista.

No caso da Desktop, os fatores de maior peso são os juros e a inflação, ressalta. Uma visão negativa para os juros longos prejudica a visão para a companhia, assim como o crescimento da inflação. O setor de telecomunicações historicamente tem desafios para repassar os preços.

“Já fomos para um cenário em que a inflação está desacelerando”, adverte o especialista da asset. Adicionalmente, as provedoras têm adotado o recurso de compensar eventuais aumentos de preços com velocidade adicional e benefícios do tipo.

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