SMFT3: Pátria vende 6% da participação na companhia; o investidor deve fazer o mesmo?

DNT  23-07-2021 - SAO PAULO - SP   ECONOMIA OE / SMART FIT - FAchada de unidade da academia Sart Fit na R. Domingos de Moraes, 908 em Sao Paulo - FOTO DANIEL TEIXEIRA/ ESTADAO

O Pátria Investimentos vendeu nesta quinta-feira (23) 6% da sua participação na SmartFit [SMFT3], valendo-se da performance positiva mais recente do papel. De acordo com site da SmartFit, o grupo de investimentos é dono de 41% da rede de academias.

A venda de 6% da participação equivale a 2,46% do capital total da SmartFit, e o movimento deve levantar cerca de R$ 200 milhões. 

Com as vendas, as ações da empresa despencaram na última sessão, em queda de 8,79% no fechamento.

O que está acontecendo?

Segundo a analista da Levante Carol Sanchez, o movimento do Pátria Investimentos está, em boa parte, ligado à alta de SMFT3 de 12% no acumulado do ano (desconsiderando a queda após o anúncio da venda), depois de acumular queda de 30% em 2022. 

Carol considera ser um movimento mais tático, e que o cenário atual – pós-comunicado do Copom na quarta-feira (22) – é de pressão em ações do setor discricionário, não sendo por acaso que o Pátria tenha decidido vender essa significativa porcentagem de sua participação. 

Apesar de a ação da SmartFit ter disparado quase 35% no IPO, Carol cita que a desvalorização posterior pode ser explicada pela “deterioração do cenário macroeconômico […], com uma recuperação mais gradual do que se esperava, e com uma taxa de juros alta por mais tempo do que se esperava”.

Vale a pena investir?

“No momento, preferimos nos manter conservadores em relação à exposição ao setor de varejo, com maior preferência por empresas com maior poder de precificação e mais protegidas contra a inflação no momento”, Carol esclareceu.

No entanto, a analista elucida que os resultados do 4T22 da empresa foram positivos, em sólida recuperação da receita, Ebitda superando expectativas e reversão do prejuízo do ano anterior. 

Na perspetiva de longo prazo, em tese, a companhia se baseia, principalmente, em dois princípios, segundo Carol. Em primeiro plano, a extensa presença da rede de academias na América Latina, com mais de 1.236 unidades e cerca de 3,4 milhões de membros.

Além disso, a recuperação do setor no cenário pós-pandemia também é um dos pontos a serem trabalhados pela empresa. 

“Ressaltamos que a companhia está com um valuation caro no momento, negociando a 30x o P/L [preço sobre lucro] para 2023, embora, as projeções sinalizem para múltiplos desinflando nos próximos anos, caindo para 15x P/L 2024”, expôs Carol.  

De acordo com a analista, isso reforça as expectativas mais otimistas para o crescimento da empresa nos próximos anos, apesar de a Levante acreditar que a compra do ativo da SmartFit faça mais sentido, no momento, em alocações de curto prazo.

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