S&P 500 em recorde: poucos ganhadores acendem alerta para o mercado

O avanço do Índice S&P 500 para novos recordes tem sido um espetáculo notável, mas uma análise mais aprofundada, conforme reportado pela Bloomberg, revela um sinal preocupante: o número de ações que realmente contribuem para essas máximas históricas está diminuindo. Esse fenômeno levanta sérias questões sobre a crescente concentração do mercado em um punhado de gigantes da tecnologia.

A concentração gera preocupação

Uma análise da Oppenheimer & Co. mostrou que, enquanto o S&P 500 atingia recordes nas últimas semanas, o número de empresas negociadas na Bolsa de Valores de Nova York que alcançaram novas máximas superou aquelas que registraram novas mínimas por apenas 88. Uma amplitude de mercado tão estreita tem sido historicamente um prenúncio de desempenho fraco. Dados que remontam a 1972 indicam que uma diferença de 100 ou menos, quando o S&P 500 rompe, é frequentemente seguida por retornos abaixo da média para o índice nos 12 meses seguintes.

A ascensão do mercado de ações se apoia em poucos membros [Fonte: Bloomberg]
Analistas do mercado estão com motivos para se preocupar. As Grandes Empresas de Tecnologia têm sido as principais forças motrizes da recuperação, sugerindo que investidores estão adotando uma postura cautelosa diante da incerteza da política comercial dos EUA e das preocupações fiscais. O Índice Magnificent Seven – que agrupa as sete maiores ações de tecnologia – subiu 36% em relação às suas mínimas de abril, superando o avanço de 25% do S&P 500.

De acordo com dados da Bloomberg Intelligence, compilados pelos estrategistas Gina Martin Adams e Gillian Wolff, apenas 10% das ações do S&P 500 estão impulsionando seus retornos, uma queda significativa em comparação com a média de 22% entre 2010 e 2024.

“Uma participação mais ampla é importante”, destacou Ari Wald, analista sênior da Oppenheimer, responsável pela análise. “Ralis com a maioria das ações participando, tanto grandes quanto pequenas, são os ralis que tipicamente continuam.”

Outro indício dessa participação limitada é o desempenho da versão de igual ponderação do S&P 500, que serve como um proxy para a ação média do índice. Este indicador não atinge um novo recorde desde 29 de novembro.

“Pensei que, a partir das mínimas, com uma corrida tão feroz, encontraríamos um movimento mais amplo nesse período”, comentou Jim Paulsen, estrategista de mercado independente.

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Sinais mistos e as perspectivas para o futuro

A instabilidade interna do mercado surge em um momento de sinais conflitantes para os traders, após dois meses de recuperação das ações. Por um lado, a economia demonstrou resiliência, apesar da incerteza tarifária, e a inflação tem permanecido sob controle. Investidores dispostos a assumir riscos foram recompensados com ganhos tanto nas maiores ações de tecnologia quanto em setores mais especulativos do mercado.

Contudo, a guerra comercial continua sendo uma preocupação constante. O presidente Donald Trump começou a revelar seus planos tarifários na segunda-feira, com os EUA estabelecendo tarifas para nações como Japão, Coreia do Sul e África do Sul a partir de agosto. Em resposta, o S&P 500 caiu 0,8%, embora o índice ainda esteja a menos de 1% de um novo recorde.

A amplitude estreita tem sido uma característica persistente do atual mercado de alta de 32 meses, levantando preocupações sobre a influência desproporcional de um pequeno grupo de ações sobre o S&P 500. Para Paulsen, sinais de que o Federal Reserve está se preparando para cortar as taxas de juros nos próximos meses podem ser um catalisador para a melhoria da amplitude do mercado.

“Muitas forças poderosamente positivas para as ações estão sendo contidas por uma política do Fed anormalmente restritiva, e acho que eles estão perto de mudar isso”, afirmou Paulsen.

Ari Wald, da Oppenheimer, por sua vez, vê um ponto positivo na recente negociação de ações de pequena capitalização, com o Índice Russell 2000 recentemente recuperando sua média móvel de 200 dias.

“No entanto, se as small-caps começarem a falhar e apagarem suas melhorias recentes, isso sinalizaria que o rali pode estar se esgotando e prepararia o cenário para a volatilidade sazonal mais tarde no terceiro trimestre”, concluiu Wald.

Conteúdo traduzido com auxílio de Inteligência Artificial, revisado e editado pela Redação do TradeNews. 

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