O Bradesco BBI revisou sua recomendação para as ações da Klabin [KLBN11], passando de “neutra” para “compra”, com um novo preço-alvo de R$ 25,00. Essa projeção representa um potencial de valorização de 36% sobre o fechamento recente de R$ 18,46. A decisão vem após uma queda de 20% nos papéis da Klabin em 2025, em contraste com a alta de 16% do Ibovespa, indicando que o mercado pode ter subestimado a companhia.
A equipe de análise, liderada por Rafael Barcellos, justifica a mudança com a esperada recuperação nos preços da celulose no último trimestre do ano. Além disso, o banco ressalta que a Klabin não deve ser vista apenas como uma exportadora, já que cerca de metade de seu EBITDA provém de vendas de papel e embalagens no mercado interno. Essa característica a torna menos suscetível às flutuações cambiais em comparação com concorrentes como a Suzano. Pelas estimativas do Bradesco, uma valorização de R$ 0,10 no real frente ao dólar teria um impacto de apenas 1% no EBITDA da Klabin em 2025, contra uma redução de 3% no caso da Suzano. A expectativa é que o dólar encerre 2025 e 2026 em R$ 5,50, reforçando o cenário positivo para empresas com atuação mais doméstica.
Fundamentos sólidos e múltiplos atrativos
Do ponto de vista operacional, o Bradesco BBI aponta para fundamentos sólidos que sustentam a tese de investimento. A diversificação de negócios da Klabin é um ponto chave: o segmento de papéis deve continuar forte, impulsionado pelo kraftliner, enquanto o de embalagens demonstra resiliência em preços e volumes. No setor de celulose, a exposição da Klabin à Europa e à fibra fluff ajuda a compensar as pressões do mercado chinês.
Para este ano, o banco projeta um EBITDA de R$ 8,5 bilhões, com um avanço para R$ 9,9 bilhões em 2026. Com isso, os múltiplos da companhia ficariam abaixo da média histórica: EV/EBITDA de 6,4x em 2025 e 5,2x em 2026, contra uma média de 8,4x. Essa assimetria é vista como atraente pelo banco. A expectativa é também de uma melhora na geração de caixa, com dividend yields estimados entre 9% e 16% nos próximos dois anos.
Mesmo com a previsão de resultados mais fortes no segundo trimestre, com um avanço de 2% no EBITDA anual, o processo de desalavancagem da Klabin segue em curso. A relação dívida líquida/EBITDA deve cair de 3,9x para 2,5x até o fim de 2026. A companhia também deve distribuir R$ 1,2 bilhão em dividendos em 2025 e R$ 1,4 bilhão em 2026, o que representa dividend yields de 5% e 6%, respectivamente. Atualmente, o valor de mercado da Klabin é de aproximadamente R$ 23 bilhões.
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