A Suzano [SUZB3] entrou no radar de compra do Goldman Sachs, que elevou a recomendação da ação de neutra para compra e ajustou o preço-alvo para R$ 65, ante R$ 63 anteriormente. A nova estimativa representa um potencial de valorização de 22,6% nos próximos 12 meses, impulsionado por um cenário de preços mais sustentáveis para a celulose e avaliação considerada atrativa.
Segundo relatório do banco, os preços da celulose estão próximos do custo marginal, o que tende a limitar riscos de novas quedas. Além disso, a valorização do dólar frente ao real, uma alta acumulada de 11% no ano, beneficia diretamente os resultados da Suzano, que tem receita majoritariamente atrelada à moeda norte-americana.
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De acordo com os analistas, o setor está atualmente com posicionamento leve, e os papéis da Suzano acumulam uma queda de 15% em 2025, desempenho 29% inferior ao Ibovespa no mesmo período. Apesar de um cenário ainda desafiador, a companhia negocia a múltiplos atrativos, com rendimento de fluxo de caixa livre (FCF yield) estimado entre 15% e 17% para 2026-2027, acima da média histórica de 10%, e EV/EBITDA de 5,4x a 4,6x, abaixo da média de 6,5x da última década.
O Goldman Sachs destaca que, embora continue prevendo margens pressionadas no setor devido à deflação de custos e à maior oferta de celulose, o nível atual de preços é insustentável. O banco acredita que uma recuperação cíclica deve ganhar força até o fim de 2025, com preços subindo gradualmente em 2026-2027, atingindo uma faixa entre US$ 560/t e US$ 600/t.
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Revisões e projeções
O banco revisou suas estimativas de EBITDA para Suzano com uma leve redução: -8% para 2025, -3% para 2026 e -6% para 2027. Mesmo assim, o valuation segue atraente e o cenário de médio prazo favorece a ação, principalmente diante de uma possível recuperação da demanda na China e estabilização da oferta global.
A recomendação de compra se apoia ainda na metodologia de avaliação por fluxo de caixa descontado (DCF), com WACC de 9,7%, taxa de crescimento de 3,5% e beta de 0,85.
Riscos no radar
Entre os riscos para a tese de investimento, o Goldman Sachs destaca:
– Preços de celulose abaixo do esperado;
– Demanda chinesa mais fraca;
– Apreciação do real frente ao dólar;
– Aumento imprevisto nos custos operacionais e no capex;
– Possível alocação de capital que gere retornos diluídos.
Ainda assim, o banco reforça que a Suzano é a principal escolha para exposição à celulose neste momento, diante de uma esperada inflexão nos preços do produto e uma janela de valorização dos ativos.