Empresas listadas na bolsa, apesar de terem capital aberto, podem ainda ser controladas por um acionista majoritário. Em caso de mudança deste controlador, alterações na governança podem sim acontecer. Mas o acionista minoritário tem para onde correr. O tag along é um recurso, estabelecido por lei, para proteção do investidor em caso de venda do controle acionário.
“Ele [o tag along] assegura que o comprador do controle da companhia ofereça aos acionistas minoritários das ações ordinárias da companhia (ON) pelo menos 80% do valor pago para comprar as ações do bloco de controle”, explicou Erik Pajunk, head de renda variável da BS\ BRA.
Pela Lei das Sociedades por Ações (Lei n° 6.404/1976) e conhecida como “direito de saída conjunta“, o tag along só é garantido aos acionistas que possuem as ações ordinárias (ON). Mesmo assim, esse sistema pode variar de acordo com o nível de governança da empresa na B3.
De acordo com a B3, os requisitos são:
Tradicional: 80% para ON
Bovepa Mais : 10% ON (PN não é permitido)
Bovespa Mais Nível 2 : 100% ON e PN
Nível I: 80% para ON
Nível II : 100% para ON e PN
Novo Mercado: 100% para ON
Acompanhar empresas que seguem este regulamento pode ser interessante, principalmente quem intenciona operações de longo prazo. Afinal, quem é acionista de uma companhia há mais tempo tem mais chance de vivenciar mudanças no bloco controlador.
Entretanto, a diferença entre tags alongs não necessariamente determina a qualidade de um investimento. “Existem muitos fatores que influenciam no que será um bom investimento de um ruim. O tag along é interessante e, tudo o mais constante, deveria ser buscado. Mas por si só não faz recomendação de um bom investimento, porque não se relaciona diretamente com a essência econômica da empresa, mas com um direito em eventual troca do controle”, explicou Rodrigo Correa, estrategista da BRA e BS/ Investimentos.
Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG)
Através do Índice de Ações Tag Along Diferenciado B3 (ITAG B3), é possível encontrar o desempenho médio de empresas que oferecem melhores condições especiais aos acionistas minoritários. Nesse apanhado de ativos, é possível encontrar grandes empresas, como Azul [AZUL4], Braskem [BRKM3], Klabin [KLBN3], Magalu [MGLU3] e Petrobras [PETR3].