Taxa de juros americana e menor crescimento na China influenciaram último corte da Selic

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Preocupações em relação ao mercado internacional, incertezas quanto à inflação e resiliência da atividade econômica são destaques da ata referente à última reunião do Comitê de Política Monetária do Branco Central (Copom), divulgada nesta terça-feira (26).

Na ocasião, a Selic sofreu redução de 0,5 p.p e chegou a 12,75%. 

O Comitê, diz o documento, agiu de acordo com a elevação das taxas de juros de longo prazo dos Estados Unidos e a perspectiva de menor crescimento na China, ambas exigindo maior atenção por parte de países emergentes.

Parte da redução de crescimento da economia chinesa é estrutural, mas a magnitude das respostas contracíclicas que podem vir a ser implementadas ajudará a definir não só a dinâmica de crescimento, como seus impactos sobre os preços de commodities e sobre a economia brasileira”, afirma a publicação. 

A atividade brasileira segue forte, no entanto, o consumo das famílias desacelera, o setor de serviços entra em processo de estabilização e o IPCA demonstra dinâmica mais benigna, com desaceleração dos núcleos, apesar de ainda estarem acima da meta. 

O BC segue cauteloso em afirmar que, pelo menos em 2023, por enquanto ainda não se sente confortável em acelerar o pace dos cortes para 0,75 p.p, como era esperado pelo mercado, explica o especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, Ricardo Jorge.

“O Banco Central está cauteloso, observando com atenção a dinâmica inflacionária internacional e brasileira, mesmo que nossa inflação tenha sido mais benigna. Essa dinâmica tem favorecido o processo de flexibilização, que começou em agosto”, afirma o especialista.

De acordo com o Copom, a expectativa é que aconteçam mais cortes como esse nas próximas reuniões, mas julga “pouco provável uma intensificação adicional do ritmo de ajustes, já que isso exigiria surpresas positivas que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária”.

Além da questão inflacionária, Ricardo Jorge comenta que, por conta do cenário internacional atual, os treasuries americanos têm subido muito, causando certo estresse no mercado.

“Se essa dinâmica negativa continuar lá fora, irá refletir nos ativos de risco aqui no Brasil também”, conclui o especialista.

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