Tesouro Direto: com tom duro no comunicado do Copom, prefixados de curto prazo avançam e oferecem até 10,94% ao ano

Tesouro Direto: com tom duro no comunicado do Copom, prefixados de curto prazo avançam e oferecem até 10,94% ao ano

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Após um comunicado que gerou certa surpresa por parte do mercado pelo tom mais duro adotado ontem pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que elevou a Selic para 9,25% ao ano, o mercado de títulos públicos negociados no Tesouro Direto opera com movimento misto na manhã desta quinta-feira (9).

O destaque está na subida das taxas de papéis prefixados e especialmente de prazo mais curto. Já os títulos de prazo mais longo são negociados em queda ou em estabilidade. Esse movimento costuma ser conhecido pelos agentes financeiros como bear flattening, onde as taxas de curto prazo avançam mais do que as de longo.

Ou seja: os juros da ponta curta da curva vão subindo como uma forma de antecipar um ciclo de política monetária mais contracionista, reverberando o tom mais hawkish (inclinado ao aperto monetário) do Copom.

Isso ocorre porque, na leitura dos agentes financeiros, o comitê indicou que irá seguir na estratégia de subida de juros até ancorar as expectativas e que para isso sinalizou que vai colocar a Selic em patamar “significativamente contracionista”.

Até então, boa parte do mercado acreditava que os dados recentes de atividade econômica abaixo do esperado e que já sinalizam uma recessão técnica poderiam frear o ímpeto por elevações mais duras nos juros e por períodos mais alongados. Agora, a autoridade monetária dá indícios de que pode ir pelo caminho contrário.

No Tesouro Direto, na primeira atualização do dia, os juros do Tesouro Prefixado 2024 subiam 14 pontos-base (0,14 ponto percentual), passando de 10,80% ao ano, na sessão anterior, para 10,94% ao ano na primeira atualização do dia.

Nesse mesmo horário, o título com vencimento em 2026 avançava de 10,62% para 10,70% ao ano. O Tesouro Prefixado 2031 com juros semestrais, porém, oferecia retorno de 10,72% ao ano, mesmo valor registrado um dia antes.

Com isso, na abertura dos negócios, a diferença de retorno entre o papel mais curto (2024) e o mais longo (2031) voltava a passar de 20 pontos-base, após ter atingido 8 pontos-base na sessão anterior. No ápice das discussões em torno do drible ao teto de gastos pelo governo federal, essa distância chegou a ser de 51 pontos-base, refletindo o maior pessimismo com o curto prazo.

Entre os papéis atrelados à inflação, os juros reais do Tesouro IPCA+ 2035 e 2045 recuavam de 5,09% ao ano para 5,06% ao ano. O Tesouro IPCA+ 2055 com juros semestrais, por sua vez, pagava uma rentabilidade real de 5,09% ao ano, abaixo dos 5,13% ao ano vistos na sessão anterior.

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na manhã desta quinta-feira (9): 

Taxas Tesouro Direto
Fonte: Tesouro Direto

Copom

Após a divulgação do novo patamar da Selic ontem (8) à noite, a avaliação de especialistas ouvidos pelo InfoMoney é que o colegiado contratou novo ajuste de mesma magnitude para a próxima reunião, ou seja, de 1,5 ponto percentual, mas deixou a porta aberta para uma ação ainda mais forte, caso seja necessário.

João Leal, economista da Rio Bravo Investimentos, observa que o BC mostrou que o “foco é inflação, atividade é secundária nesse momento”.

Para analistas, a autoridade monetária relevou a desaceleração da economia dizendo que ela “está moderadamente abaixo do esperado”. Conforme avaliou Thais Zara, economista-sênior da LCA Consultores, em live do InfoMoney (veja na íntegra aqui), o comitê não sinalizou que dados ruins de atividade tenham afetado o balanço de riscos.

Na visão de especialistas, entre os elementos hawkish do comunicado, estão o fato de que o Copom afirmou que “é oportuno avançar de forma significativa (palavra que foi adicionada em relação ao último documento) o processo de aperto monetário no território restritivo”.

“O acréscimo do termo ‘significativamente’ sugere, a nosso ver, que o Copom agora vê uma taxa terminal mais elevada do que a observada em sua última reunião”, avalia a equipe de análise econômica da XP em relatório.

Para a XP, a decisão de ontem está de acordo com o cenário de que a taxa Selic chegará a 11,5% ao final do ciclo de aperto monetário, até 22 de março. “O tom hawkish traz risco de alta para essa projeção, ainda que: i) o Comitê tenha reforçado o ritmo de alta de 1,5 ponto para a próxima reunião; e ii) acreditamos que a desaceleração da atividade econômica se intensificará no futuro, levando o Comitê a reduzir o ritmo na reunião de março para 75 pontos-base”, avalia.

Já o Goldman Sachs projetou outro aumento de 1,5 ponto na reunião do início de fevereiro de 2022, para 10,75% ao ano, e uma taxa Selic terminal entre 11,75%  e 12% ao ano no fim do primeiro trimestre de 2022, com cortes modestos previstos para o fim de 2022.

PEC dos Precatórios, marco do câmbio, reajuste aos servidores

A quinta-feira começa com vários destaques também dentro do campo político. Ontem (8), o Senado promulgou textos comuns da PEC dos Precatórios. Já a parte divergente da proposta volta agora para a Câmara.

Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, cortou caminhos regimentais e pautou votação desses trechos para a próxima terça-feira (14).

Senadores apontaram durante sessão do Congresso que houve quebra de acordo na escolha dos trechos da proposta a serem publicados de maneira fatiada.

Na lista de promulgação consta um artigo que não condiz com demanda de senadores a respeito da necessidade de vinculação do espaço fiscal a ser criado com a PEC à seguridade social.

Atenção também para a aprovação do novo marco legal para o mercado de câmbio (PL 5.387/2019, de autoria do Poder Executivo). O texto vai à sanção presidencial agora.

A proposta abre espaço para bancos e instituições financeiras brasileiros investirem no exterior recursos captados no país ou no exterior, além de facilitar o uso da moeda brasileira em transações internacionais.

Ainda na agenda política, o mercado monitora declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em que ele voltou a prometer reajuste para os servidores públicos em 2022. “Reajuste seria de 3%, 4%, 5%, 2%, que seja de 1%”, disse Bolsonaro, em entrevista à Gazeta do Povo, ontem (8).

“Servidor, em grande parte, merece isso”, completou. No entanto, o chefe do Executivo alertou que o aumento não iria recompor a inflação: “Não tem espaço”, disse.

Cenário internacional

Enquanto isso, na cena externa, os índices futuros dos EUA recuam na manhã desta quinta-feira (9). Investidores esperam que a volatilidade siga alta no mercado financeiro até que haja mais clareza sobre a ameaça da variante ômicron para a economia. O mercado americano aguarda ainda os números de inflação ao consumidor dos EUA que serão conhecidos amanhã e da reunião do Federal Reserve, marcada para a próxima semana, que pode fornecer pistas sobre o ritmo de redução gradual e aumentos nas taxas de juros.

Já na China, o mercado repercute os dados da inflação ao produtor que desacelerou em novembro em meio a intervenções do governo para conter a alta dos preços do carvão, de metais e de outras matérias primas. Assim, o índice de preços ao produtor (PPI) subiu 12,9% em novembro ante igual mês do ano passado, perdendo força em relação ao acréscimo de 13,5% observado em outubro, que foi o maior em 26 anos.

O resultado do PPI, porém, superou a expectativa de economistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta anual de 12% em novembro.

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