Tesouro Direto: taxas sobem com IGP-M acima do esperado e tensão sobre Orçamento; prefixados pagam até 10,85%

Tesouro Direto: taxas sobem com IGP-M acima do esperado e tensão sobre Orçamento; prefixados pagam até 10,85%

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Com a divulgação de dados da inflação e discussões em torno do reajuste para funcionários públicos previsto no Orçamento de 2022, as taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto começaram a quarta-feira (29) subindo.

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) – também conhecido como inflação do aluguel – avançou 0,87% em dezembro, após alta de 0,02% em novembro, informou logo cedo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou acima das estimativas dos economistas do mercado financeiro.

Os investidores também acompanham os desdobramentos da assembleia convocada por diversas categorias do funcionalismo público federal para esta manhã, em que será avaliada uma greve para cobrar reajuste salarial do governo. Na terça-feira (28), o ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou os servidores, alegando que o aumento traria inflação e que um reajuste geral seria um desastre similar ao do rompimento da barragem de Brumadinho.

Diante das incertezas, os juros oferecidos pelos títulos públicos voltaram a subir na abertura dos negócios. No Tesouro Prefixado 2024, as taxas alcançam 10,85% ao ano nesta manhã, depois de terem recuado para 10,78% na tarde de ontem. O Tesouro Prefixado 2026, por sua vez, oferecia 10,57% ao ano, acima dos 10,51% da véspera.

Entre os papéis de inflação, o Tesouro IPCA+ 2026 voltou a oferecer juros superiores a 5% ao ano, além da variação da inflação – a taxa era de 5,03% nesta manhã, contra 4,96% ontem à tarde. Já o Tesouro IPCA+ 2055, que paga juros semestrais, tinha taxa de 5,37% ao ano (ontem, a taxa era de 5,34%).

Confira os preços e as taxas de todos os títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto que eram oferecidos na manhã desta quarta-feira (29):

Taxas do Tesouro Direto na manhã de 29.12.21
Taxas do Tesouro Direto na manhã de 29.12.21 (Fonte: Tesouro Direto)

As negociações com os títulos prefixados que vencem em 2031 (Tesouro Prefixado com juros semestrais 2031) estão suspensas desde terça-feira (28) e pelos próximos dias, em função do pagamento de juros agendado para o dia 1º de janeiro de 2022 (por conta do feriado, ele ocorrerá de fato no dia 3).

Por regra do Tesouro Direto, o investimento em títulos que têm cupom de juros é suspenso quatro dias úteis antes da data do pagamento. Da mesma forma, há também mudanças nos resgates, que são interrompidos dois dias úteis antes do pagamento do cupom.

Indicadores locais

O IGP-M avançou 0,87% em dezembro, após alta de 0,02% em novembro, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado ficou acima das estimativas dos economistas do mercado financeiro. A pesquisa Projeções Broadcast indicava alta de 0,74% para o indicador, com estimativas variando de 0,06% a 1,02%.

Com o resultado de dezembro, a inflação acumulada pelo IGP-M em 2021 foi de 17,74%, também acima da mediana das projeções, de 17,63%. Em 2020, o indicador fechou o ano em 23,14%.

A aceleração do IGP-M de dezembro foi puxada pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M), que inverteu o sinal e passou de deflação de 0,29% em novembro para alta de 0,95%. O índice de preços no atacado acumulou inflação de 20,57% em 2021, após 31,63% em 2020.

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-M) desacelerou de 0,93% em novembro para 0,84% em dezembro. A inflação ao consumidor encerrou o ano com avanço total de 9,32%, bem acima dos 4,81% registrados no ano passado.

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) desacelerou de 0,71% em novembro para 0,30% em dezembro, conforme já havia sido divulgado pela FGV na última quinta-feira, 23. O indicador acumulou alta de 14,03% em 2021, após 8,66% em 2020.

Orçamento de 2022

As preocupações com a inflação são reforçadas pelas discussões em torno do Orçamento de 2022. Diversas categorias do funcionalismo público federal convocaram uma assembleia para esta manhã, em que será avaliada uma greve para cobrar reajuste salarial do governo.

Em mensagens enviadas em grupos compostos por membros do governo Jair Bolsonaro em aplicativos de celular, o ministro Paulo Guedes afirmou, na terça-feira, que se o governo aumentar os salários “e a doença voltar”, em referência à pandemia do Covid-19, o País vai quebrar.

“Quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus. Está dizendo ‘já tomei minha vacina, agora quero reposição de salário: não vou pagar pela guerra ao vírus’”, afirmou ele num trecho das mensagens, reveladas inicialmente pelo colunista Lauro Jardim, de O Globo.

“Reajuste geral para funcionalismo é inflação subindo, Brumadinho e Macri nas eleições! Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama”, prosseguiu o ministro.

Guedes lembrou o aumento autorizado pelo governo a policiais e citou categorias que passaram a demandar reajuste, como servidores da Receita Federal e do Banco Central, antes de pontuar que agora todos pedem o benefício.

Segundo ele, não haveria problema em conceder reajustes dentro de um plano de reestruturação de carreiras, após a aprovação da reforma administrativa, travada no Congresso. “A reforma administrativa corta 30 bilhões [de reais] por ano: poderia aumentar 10% salários do funcionalismo após a reforma, valorizando o funcionalismo atual, pois ficaria zero a zero”, afirmou Guedes.

A discussão tem origem na aprovação do Orçamento de 2022 pelo Congresso Nacional na semana passada. A peça prevê R$ 1,7 bilhão para reajuste de salários de policiais federais e policias rodoviários federais, beneficiados após negociação com Bolsonaro.

Isso criou insatisfação em outras áreas do funcionalismo que estão sem reajuste desde o início da atual gestão. Auditores da Receita Federal, por exemplo, entregaram cargos de chefia e anunciaram redução das atividades para pressionar o governo a liberar recursos ao órgão e regulamentar o pagamento de bônus.

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