TikTok tenta cortar laços com a China após preocupações dos EUA

O TikTok está tentando cortar os laços com a China, mas enfrenta obstáculos devido à dependência de funcionários chineses que exercem funções importantes. A iniciativa é fruto de preocupações dos Estados Unidos com a proximidade do aplicativo com o governo chinês.

O TikTok e sua controladora ByteDance transferiram executivos-chave para Cingapura e Estados Unidos, aumentaram a contratação de funcionários e engenheiros de fora da China e reorganizaram internamente equipes do conjunto de aplicativos da ByteDance.

Os laços chineses despertaram olhares atentos nos EUA sobre os riscos de segurança nacional dos dados dos usuários, bem como a possível censura ou manipulação de conteúdo na plataforma.

O Senado americano aprovou um projeto de lei na quarta-feira (21) citando estas preocupações e proibindo o TikTok em dispositivos governamentais, enquanto um possível acordo entre o governo Biden e a empresa não for validado.

Vários estados, incluindo o Texas, seguiram o projeto de lei, temendo que os dados sejam usados para ajudar a China a vigiar cidadãos norte-americanos e funcionários de inteligência dos EUA.

O TikTok negou repetidamente qualquer conexão com o governo chinês. O app ainda disse que protege os dados de seus usuários e não os compartilharia com Pequim. Além disso, afirmou que está trabalhando para restringir o acesso aos dados por funcionários chineses.

A ByteDance, com sede em Pequim, continua recrutando cidadãos do país para trabalhar no TikTok. A controladora anunciou vagas na China para trabalho em diversas áreas, como mensagens privadas, transmissão ao vivo e funções de mercado.

A companhia também está contratando para setores com foco na expansão internacional, incluindo a busca por engenheiros de algoritmos seniores para desenvolver sua interface de pesquisa de usuário.

A contratação na China permite que a ByteDance aproveite a experiência que os engenheiros de mídia social acumularam trabalhando com outros aplicativos domésticos, além de permitir que a empresa explore a larga disponibilidade de talentos do país, de acordo com o The Wall Street Journal.

Contudo, a maior parte das contratações está acontecendo nos EUA, Reino Unido, Cingapura e outros mercados do Sudeste Asiático, segundo um porta-voz da empresa. Atualmente, o aplicativo emprega mais de 20 mil pessoas, com cerca de um quarto desse número em território norte-americano.

Fundada em maio de 2017 e com cerca de um bilhão de usuários diários ao redor do globo, o TikTok é de longe a empresa chinesa de internet de maior sucesso no mundo. Ele foi o aplicativo não relacionado a jogos mais baixado até o primeiro semestre de 2022, de acordo com a Sensor Tower.

Desde que foram criticados pelo governo Trump por suas conexões chinesas há três anos, os executivos do TikTok embarcaram em uma estratégia de estabelecer sedes regionais fora da China – inclusive em Culver City, Califórnia – e políticas e operações localizadas em mercados individuais no exterior. Mais recentemente, o aplicativo tem planos de transmissão para tentar proteger os dados privados dos usuários dos EUA, armazenando-os com a Oracle e os excluindo de seus próprios centros.

O presidente-executivo da ByteDance, Liang Rubo, mudou-se de Pequim para Cingapura, juntando-se ao chefe do TikTok, Shou Zi Chew, e ao chefe de produto, Zhu Wenjia, que moram na cidade-estado. Vários gerentes seniores que supervisionam o desenvolvimento de produtos e algoritmos e se reportam ao Sr. Zhu estão alocados em Cingapura e nos EUA.

Presidente-executivo da TikTok, Shou Zi Chew (Fonte: Dow Jones Newswires)

Em Cingapura, centenas de funcionários responsáveis pela expansão regional trabalham em um prédio comercial no distrito central de negócios onde a empresa chinesa de internet alugou um espaço há mais de dois anos.

O ritmo de contratação tem sido mais lento do que o esperado porque Cingapura tem um pool de talentos menor do que a China e por causa de complicações na obtenção de vistos de trabalho.

A ByteDance considera o TikTok um de seus principais motores de crescimento e alocou mais recursos para expandir e monetizar os serviços, especialmente porque os negócios da controladora na China diminuíram.

 

 

(com Dow Jones Newswires)

 

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