O volume de vendas no varejo brasileiro caiu 1,3% em dezembro de 2023, superando por ampla margem o recuo de 0,2% que era estimado pelo mercado e confirmando a maior queda em 1 ano.
Em relação a dezembro de 2022 o indicador apresentou alta de 1,3% e no acumulado de 2023 a expansão foi de 1,7%. Já o comércio varejista ampliado registrou queda de 1,1% em dezembro, ficou estável em relação a dezembro de 2022 e acumulou alta de 2,4% em 2023.
Na comparação mensal, seis das oito atividades recuaram, com destaque para Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-13,1%), Móveis e eletrodomésticos (-7,0%),
Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-3,8%), segmentos que estão mais associados à Black Friday e que tiveram seu consumo antecipado em novembro. As duas atividades que cresceram no período foram Combustíveis e lubrificantes (1,5%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,8%).
No acumulado de 2023, sete das onze atividades pesquisadas tiveram variação positiva, sendo Veículos e motos, partes e peças (8,1%) a que teve resultado mais expressivo, indicando uma retomada da normalidade no setor.
Outras atividades que se sobressaíram foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (4,7%), Combustíveis e lubrificantes (3,9%), e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,7%).
Pelo lado negativo, as quatro atividades que sofreram queda em 2023 foram Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-10,9%), Tecidos, vestuário e calçados (-4,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (-4,5%) e Material de construção (-1,9%).
A queda dos artigos de uso pessoal e doméstico está associada à crise contábil de grandes marcas do setor de lojas de departamento, enquanto o recuo do vestuário é uma tendência que se iniciou após a pandemia e reflete uma mudança de comportamento de consumo.
Por fim, apesar do resultado negativo, esse ainda é o melhor mês de dezembro dos últimos 4 anos e houve crescimento no acumulado anual, mantendo a tendência de crescimento dos últimos 6 anos.
Sendo assim, existem pontos positivos no resultado atual, mas o fato é que o consumo continua oscilando bastante e ainda não conseguiu engatar uma retomada consistente e duradoura, mas mantemos perspectivas otimistas para 2024 à medida que os juros caírem mais, houver uma diminuição da inadimplência e do endividamento e a renda disponível aumentar.