Na contramão da indústria, o varejo alemão continuou deprimido em janeiro e viu suas vendas recuarem 0,3%, contrariando expectativas de crescimento de 2%. Em comparação com janeiro de 2022, as vendas caíram 6,9%.
No período, as vendas de alimentos cresceram 3,1% ante o mês de dezembro, mas seguiram 8,5% abaixo do nível registrado em janeiro de 2022. A queda expressiva na comparação anual pode ser justificada pelo encarecimento dos alimentos (20,2% a/a) e pelo volume elevado de negócios em 2022.
Já as vendas no varejo não alimentício caíram 0,8% entre meses e 6,3% entre anos. Em janeiro, as vendas online e por correspondência contraíram 6,5% frente a dezembro e 12% frente a janeiro do ano passado.
Após despencar 5,3% em dezembro, as vendas no varejo alemão continuaram decepcionando em janeiro e foram na contramão da indústria, impactadas pela retomada acelerada da inflação, principalmente nos alimentos, juros mais altos e hesitação dos consumidores.
Além disso, o resultado do varejo reforça a nossa tese de que o avanço recorde da produção industrial pode não refletir o cenário interno e ter sido causado completamente pela retomada chinesa e cenário externo melhor.
Dito isso, ainda vemos a Alemanha pressionada pela inflação e incerteza elevadas mesmo com uma certa retomada do nível de atividade no país e no bloco europeu. De todo modo, o país deve perder ritmo durante 2023 à medida que o BCE eleva juros para patamares mais restritivos na tentativa de conter os preços.