O mercado imobiliário vive um momento de oscilações, com a taxa Selic ainda em dois dígitos, e a inflação pressionando os preços dos imóveis. Essa conjuntura gera dúvidas em quem deseja comprar ou vender um imóvel: será que é melhor esperar a queda dos juros ou aproveitar as oportunidades do mercado atual?
De acordo com dados do Banco Central, SP Imóvel e da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, o volume de venda de imóveis entre novembro de 2023 e janeiro de 2024 teve alta de 81,1%. Já o valor de vendas avançou de 84,7%, totalizando R$ 15,2 bilhões.
Todas as tendências do mercado imobiliário sinalizam resultados positivos para este ano, com aumento de comercialização, afirma Sandro Alves, head de seguros, consórcio e previdência da Terra Investimentos.
Por outro lado, apesar de já ter caído consideravelmente – visto que chegou em 13,75% em junho de 2022 –, a taxa de juros ainda está muito distante da sua mínima histórica de 2%. Até agora, o mercado prevê que a Selic encerre 2024 em 9,5%.
“Com a Selic caindo, tomar crédito, fazer empréstimos e financiamentos também fica menos caro. Ainda assim, as reduções não são imediatas”, explicou.
Ao mesmo texto, a taxa Selic pode ser um pouco ilusória para fazer comparações no mercado imobiliário, segundo Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional de Economia da Segunda Região de São Paulo (Corecon).
O especialista aponta que quando se trata de empréstimos a pessoas físicas ou jurídicas, a Selic tem pouca pouca influência, visto que os juros oferecidos são extremamente maiores. Assim como em várias aplicações de recursos, as taxas recebidas são menores que a Selic.
Então, prossegue, vender um imóvel para queimar preço – ou seja, vender por um preço menor, por causa da uma taxa Selic, que vai diminuir até o final do ano – não é um bom negócio.
“É melhor manter o imóvel, porque a perda na comercialização neste momento pode ser maior do que qualquer ganho que a aplicação financeira venha a dar para o antigo proprietário e hoje investidor”, ressaltou.
Existe um momento certo para comprar imóveis?
A verdade é que, sim, existe o melhor momento para comprar imóvel, de acordo com Sandro Alves. O ponto-chave é que o “momento certo” varia conforme a realidade de cada pessoa. Por isso, o mais importante é saber como identificar individualmente o melhor momento para comprar imóvel.
Além disso, uma dica do executivo é “criar” o momento certo. Ou seja, planejar pode ajudar o comprador a economizar, e a encontrar o imóvel dos sonhos.
Porém, ele explica que um momento de estabilidade econômica geralmente é favorável para a compra de imóveis, pois há menor incerteza quanto ao mercado imobiliário e às taxas de juros. Imprevistos que afetem a economia também podem acontecer, como foi o período da pandemia.
“É importante ter em mente que não é uma garantia, já que dependendo da forma de pagamento, as parcelas de um financiamento ou contrato de compra podem ter seu valor oscilando ao longo do tempo”, destacou.
Outros pontos que criam o momento certo são: taxa de juros baixa, valorização imobiliária e oferta e demanda, para identificar se há uma maior disponibilidade de imóveis e se isso pode impactar nos preços.
“Ou seja, quando a quantidade de oferta de imóveis aumenta, o preço tende a reduzir”, argumentou. “Quanto mais as opções forem restritas, maior o valor.”
Para Pedro Afonso, o momento atual também é bom para compras, pois o mercado não está com preços muito exagerados nos imóveis. Na cidade de São Paulo, por exemplo, ainda há um estoque de 60 mil imóveis novos a serem adquiridos.
“Então, há possibilidade de ir buscando alternativas para conseguir um preço melhor”, apontou.
O diretor frisa que o maior problema do mercado imobiliário é que, independentemente do momento, não é um investimento que se faça com poucos recursos, em um país onde a imensa maioria da população ganha pouco.
Sendo assim, ele ressalta que o mercado vai continuar do jeito que sempre esteve nos últimos 20 anos, em uma certa estagnação. Neste ano, Pedro acredita que a economia crescerá um pouco, criando maiores possibilidades de vender e comprar imóveis, porém o mercado estará estável como forma de aplicação de recursos.
“Não é um mercado para se ganhar dinheiro”, afirmou. “É um mercado para se usar os imóveis, seja na área residencial, ou para fins comerciais, industriais, serviços.”
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