WEGE3: ainda vale a pena comprar?

A WEG (WEGE3) é a empresa que mais gerou bilionários no Brasil, segundo levantamento divulgado pela Forbes, contando com 29 acionistas que somam R$ 60 bilhões. Os papéis da empresa apontam para a terceira semana consecutiva de alta e possuem valuation positivo no mercado. Mas será que WEGE3 ainda é uma boa opção de compra?

Fundada em 1961, a WEG é uma das maiores fabricantes de equipamentos eletroeletrônicos industriais da América Latina e uma das maiores produtoras de motores elétricos de baixa tensão do mundo. 

Ela atua principalmente no setor de bens de capital, ou seja, ela produz os meios usados para fabricar os bens que chegam na casa do consumidor final, como máquinas elétricas, automação e tintas, para diversos setores. A empresa também atua em infraestrutura, siderurgia, papel e celulose, mineração e petróleo e gás.

“Ela é conhecida por ser uma empresa bastante eficiente, com uma rentabilidade muito alta e ter uma ótima governança” afirma Júlio Souza, analista da Benndorf Research.

Júlio ainda acrescenta que a fabricante tem uma política inovadora, sempre criando novas fontes de negócio, e consegue se manter muito competitiva no mercado.

Em 2022, a WEG ocupou o quarto lugar no prêmio Valor Inovação, que conta com um ranking das 150 empresas mais inovadoras do país. Em todas as oito edições do prêmio, a companhia esteve entre as 10 primeiras colocadas.

“Nos últimos anos, a companhia apresentou desempenho consistente, com crescimento de receita aliado à evolução do retorno sobre o capital investido” disse  Pedro de Oliveira, analista da Eleven Financial. A queda de cerca de 5% neste ano mostra resiliência aos efeitos da pandemia, devido à diversificação geográfica de sua atuação e em seu portfólio de produtos, explica ele.

O resultado do segundo trimestre da empresa apresentou crescimento de 25% na receita em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O Ebitda também aumentou 15%. Contudo, a margem operacional caiu 1,6 p.p., devido à elevação do preço das matérias-primas, especialmente aço e cobre, além do aumento dos custos de energia e frete em 12 meses. 

Apesar dos resultados gerais positivos, a empresa não acumula expectativas muito otimistas a médio prazo. É esperada redução na demanda, explica Júlio, principalmente por conta do mercado externo, como clientes da Europa e América do Norte. Além disso, o dólar mais barato deve prejudicar as receitas da empresa, boa parte em moeda americana. 

“Muito da receita da WEG cresceu por causa da alta do dólar e da desvalorização do real, mas ela não teria crescido tanto assim se não fosse isso”, complementou o analista.

Mesmo com uma expectativa de expansão interessante a longo prazo, dada a diversificação geográfica e de produtos, que reduzem o risco do negócio e devem capturar economias mais sustentáveis, a Eleven entende que, atualmente, existem empresas no setor industrial com múltiplos mais atrativos, como a Tupy (TUPY3).

Fonte: Divulgação

Para a casa de análise, a empresa possui um cenário mais positivo, não só de valuation, mas também com vantagens competitivas frente aos concorrentes que estão presentes na Alemanha, “devido à crise energética que deve elevar os custos para eles, e possibilitar à Tupy ganhar mercado”, afirma Pedro.

Além disso, acreditam que a Tupy possui um potencial de crescimento expressivo com a integração das últimas aquisições e com a demanda reprimida de veículos pesados e leves, no Brasil e Estados Unidos.

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