As ações da Zamp [ZAMP3] fecharam com alta superior a 10% nesta quinta-feira (06), a R$ 3,46. Investidores reagiram à confirmação da compra do Starbucks no Brasil pela companhia, por R$ 120 milhões.
A possibilidade do negócio já era ventilada desde fevereiro, e o contrato agora fica sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). De todo modo, o acordo já alivia a SouthRock, gestora então dona da rede de cafeterias no território nacional.
Uma vez autorizada a transação, a Zamp, dona do Buger King e Popeye’s, vai também ter que reerguer o Starbucks do cenário atual, hoje repleto de lojas fechadas, ações de despejo e falta de produtos. O cenário à frente é nebuloso, e não vale a se arriscar nem pelo trade de curto prazo.
De acordo com o analista técnico Filipe Borges, ZAMP3 está longe de trabalhar uma movimentação de alta. O ativo parou de renovar fundo desde novembro passado, mas as médias ainda apontam para baixo, mesmo com o salto de hoje.
Para quem já comprou o papel na presente região de fundo, ele recomenda colocar stop abaixo da mínima desta quinta-feira, abaixo dos R$ 3,20, para poder proteger a operação. “Entendo que a partir dali o preço pode não voltar mais.”
Filipe aguarda uma movimentação ziguezague de alta na ponta compradora e um cruzamento de médias para cima para pensar em novas compras.
Quanto ao negócio entre Zamp e Starbucks em si, Sérgio Neto, analista da Capitalizo, mantém o posicionamento da primeira notícia de uma possível compra. Ele vê a operação “mais como um negócio de maior risco para a empresa do que como algo promissor que deve alavancar o crescimento”.
Ao pesar mais o risco do que o potencial benefício, o analista defende que a aquisição não faz sentido para o momento atual da Zamp. “O momento atual deveria ser de focar nos dois principais negócios, Burger King e Popeye’s.” Pensar em crescimento seria razoável apenas com as duas bandeiras já estruturadas, completou.
Apesar das visíveis evoluções operacionais do BK e do Popeye’s, ambos ainda não estão no ponto ideal, prossegue Sergio. Com o Starbucks no pacote, tanto as operações preexistentes ficarãm alavancadas quanto surge um endividamento adicional.
Há sim agentes do mercado que veem a compra do Starbucks como positiva, apostando, entre outros fatores, na força da marca no Brasil. Todavia, a Capitalizo se junta ao time de players que considera a operação “um passo maior do que a perna”.