Papéis de estatais despencam e Ibovespa tem maior queda desde novembro do ano passado, com mercado avaliando impacto do “caso Roberto Jefferson”; dólar dispara

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O Ibovespa fechou em forte queda nesta segunda-feira (24), contrariando tendência dos principais índices acionários de Nova York. O mercado repercute negativamente o “caso Roberto Jefferson”, o qual acredita que deve impactar negativamente a campanha do presidente Jair Bolsonaro à reeleição, além da divulgação de dados econômicos mistos na China. O desempenho ruim de papéis com grande peso de negociação, como Petrobras (PETR3; PETR4) e Banco do Brasil (BBAS3), pressiona o índice para o território negativo.

Ontem, Roberto Jefferson, que se encontrava em prisão domiciliar, feriu dois agentes da Polícia Federal que foram à sua residência para cumprir um mandado que determinava seu retorno ao regime fechado. Para Vitor Miziara, da Criteria Investimentos, o ex-presidente Lula, adversário de Bolsonaro no segundo turno, deve utilizar o ocorrido para vincular o nome do atual mandatário a Jefferson, o que pode ameaçar uma possível reeleição. O mercado vinha reagindo de forma otimista ao acirramento da disputa nas pesquisas eleitorais, por conta de uma maior aproximação de Bolsonaro a privatizações.

O dólar fechou em forte alta, apesar da tendência à estabilidade da moeda americana no mercado internacional hoje. O cenário de maior instabilidade na corrida eleitoral motivou a retomada da cautela por parte dos investidores. Além disso, de acordo com Felipe Izac, da Nexgen Capital, a leve desvalorização das commodities por conta da preocupação com dados econômicos da China também colaborou para o movimento.

📊 Ibovespa 116.012,70 pontos (-3,27%)
💰 Volume R$ 30,8 bilhões
💵 Dólar R$ 5,3029 (+3,01%)

Entre as altas de hoje, destaque para a Copel (CPLE6), que liderou os ganhos do índice com 4,51%. O governador reeleito do Paraná, Ratinho Jr., voltou a afirmar que não tem planos de privatizar a companhia por enquanto, mas animou os investidores ao declarar que mudanças futuras no cenário econômico podem fazer o Estado reconsiderar sua posição e cogitar oferecer a estatal ao setor privado.

A Suzano (SUZB3) também fechou em alta, avançando 3,48%. O JPMorgan elevou sua recomendação para os papéis da companhia para “overweight”, equivalente a compra, com preço-alvo de R$ 67,00. Os papéis da Klabin (KLBN11) acompanharam o movimento, ainda que em menor proporção, e subiram 1,50%.

Do lado negativo, os papéis de estatais despencaram e ocuparam as primeiras posições entre as maiores quedas do dia, com Petrobras ON (PETR3) e PN (PETR4) caindo 9,89% e 9,20%, respectivamente, enquanto Banco do Brasil (BBAS3) recuou 10,03%. Os ativos vinham sendo beneficiados pelo acirramento do pleito eleitoral, com a redução da distância do atual presidente Jair Bolsonaro para o ex-presidente Lula nas pesquisas referentes ao segundo turno, que ocorre neste domingo (30), porém, o episódio envolvendo Roberto Jefferson deve pressionar a campanha do atual mandatário, considerado pelo mercado como mais favorável a privatizações.

Ambos os setores foram pressionados pelas quedas de seus principais papéis: entre as petroleiras, PetroRio (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) recuaram 1,06% e 1,44%, enquanto entre os bancos, Itaú (ITUB4), Bradesco PN (BBDC4) e Santander (SANB11) fecharam em queda de 4,54%, 4,25% e 3,91%, respectivamente.

As mineradoras e siderúrgicas foram pressionadas tanto pela queda da cotação da commodity de referência quanto pelo cenário interno conturbado e fecharam em queda. Vale (VALE3) recuou 2,97%, enquanto Usiminas (USIM5) e CSN Mineração (CMIN3) caíram 2,82% e 2,02%, respectivamente. A CSN (CSNA3) figurou entre as maiores quedas do índice, com 8,10%, em meio a uma expectativa por resultados fracos no 3T22.

O IRB Brasil (IRBR3) caiu 8,49%, após reportar prejuízo líquido de R$ 164,7 milhões em agosto, revertendo lucro registrado no mesmo período no ano passado. Para o BTG Pactual, embora uma perda fosse esperada, a magnitude surpreendeu os investidores.

As varejistas também fecharam em queda hoje, com Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) recuando 1,69% e 3,54%, respectivamente. De acordo com Gustavo Bertotti, da Messem Investimentos, os papéis são pressionados por um avanço dos juros futuros e pela apreciação do dólar em relação ao real.

Os mesmos fatores também afetam negativamente ativos de techs e do setor de construção. Méliuz (CASH3) e Locaweb (LWSA3) recuaram 2,73% e 0,48%, enquanto MRV (MRVE3) e Cyrela (CYRE3) caíram 2,69% e 1,98%, respectivamente.

⬆️ Maiores altas do índice

🟢 CPLE6 +4,51%
🟢 SUZB3 +3,48%
🟢 DXCO3 +1,97%

⬇️ Maiores baixas do índice

🔴 BBAS3 -10,03%
🔴 PETR3 -9,89%
🔴 PETR4 -9,20%

(Com Agência Estado e BDM Online)

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