O PIB da Alemanha caiu 0,4% no 4T22, pior que a prévia de -0,2%. Frente ao mesmo período de 2021, o PIB cresceu 0,3%, menos do que a prévia de 0,5%.
No 4T, as despesas das famílias com consumo caíram 1%, refletindo a inflação recorde causada pela crise energética e gargalos nas cadeias de produção, principalmente, e o encarecimento do crédito. Apesar das medidas do governo para tentar compensar parcialmente os preços altos, os consumidores gastaram menos no 4T do que no 3T.
Além disso, a formação bruta de capital fixo também recuou no período diante do pessimismo elevado, perspectivas de recessão, juros mais altos e redução do consumo. A formação bruta de capital fixo na construção caiu 2,9% t/t e no maquinário e equipamento a queda foi de 3,6%.
Por último, o emprego cresceu 1,1% frente ao ano passado e foi a 45,9 milhões de pessoas, renovando a máxima histórica.
A queda além do esperado do PIB alemão reflete o mau momento da principal economia europeia, que sofre com uma das maiores taxas de inflação de sua história, cenário externo fraco e a desaceleração da economia à medida que os juros continuam subindo, de forma que devem restringir a atividade econômica ainda mais no médio e longo prazo.
Dito isso, acreditamos que a Alemanha deve confirmar uma recessão técnica no 1T23, mas podemos ver reflexos positivos no país a partir do 2T23 causados pela reabertura chinesa.