Produção brasileira retoma contração

BRASA

A produção industrial brasileira recuou 0,6% em abril, retomando a trajetória de contração após crescer 1,1% em março. Em relação a abril do ano passado, a variação foi de -2,7%.
Duas das quatro grandes categorias econômicas e 16 dos 25 ramos industriais pesquisados mostraram recuo na produção.

As influências negativas mais relevantes vieram de produtos alimentícios (-3,2%), máquinas e equipamentos (-9,9%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (-4,6%). Entre as atividades que cresceram, se destaca a produção de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (3,6%).

Os alimentos foram impactados principalmente pela produção de açúcar, que sofreu com o excesso de chuvas, especialmente na segunda quinzena do mês. Já as máquinas e equipamentos e os veículos continuam sofrendo com as taxas de juros elevadas e endividamento e inadimplência recordes.

Entre as grandes categorias econômicas, os bens de capital (-11,5%) e bens de consumo duráveis (-6,9%) assinalaram as taxas negativas, enquanto os setores de bens de consumo semi e não duráveis (1,1%) e bens intermediários (0,4%) tiveram as taxas positivas.

Na comparação com abril do ano passado, as quatro grandes categorias econômicas e 18 dos 25 ramos apresentaram variações negativas. As principais influências vieram de produtos químicos (-12,2%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-9,7%) e máquinas e equipamentos (-14,3%).

Entre as altas, destacam-se a produção de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (18,1%).

Já nas grandes categorias, os bens de capital (-14,2%) tiveram a redução mais acentuada, seguidos pelos bens de consumo duráveis (-3,5%), bens intermediários (-2,6%) e bens de consumo semi e não duráveis (-0,2%), espelhando o impacto das taxas de juros altas, inadimplência e endividamento recorde nos segmentos mais dependentes do crédito.

Como comentamos no resultado de março, o cenário para a indústria ainda é bastante desfavorável tendo em mente as condições ruins de crédito, a inadimplência e o endividamento recordes e a retomada do desemprego e alta informalidade.

Por outro lado, esperamos que o segundo semestre alivie um pouco das pressões sobre o setor com cortes de juros e aceleração da retomada chinesa. Dito isso, reforçamos que o momento atual é dos serviços e a indústria nacional deve continuar com dificuldades operacionais no curto prazo

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