A produção industrial americana cresceu 0,3% em setembro, batendo as projeções de alta de 0,1% do mercado e se recuperando da estagnação do mês anterior. Em relação a setembro de 2022, o indicador teve alta de 0,1%. Por outro lado, o resultado de agosto passou de alta de 0,4% para estagnação.
A produção industrial, que representa 78% de toda a produção, cresceu 0,4% no período, superando projeções de avanço de 0,1% após recuar 0,1% em agosto. Na indústria, a produção de veículos motorizados e partes subiu 0,3% à medida que as montadoras de automóveis ficaram paralisadas em função da greve dos funcionários do “Big Three”.
Ao mesmo tempo, ganhos de mais de 1% foram registrados em produtos de madeira, metais primários, e produtos de plástico e borracha. Por outro lado, a produção de vestuário e couro e impressão e suporte recuaram mais de 1%.
Além disso, a mineração também expandiu 0,4%, ampliando os ganhos pelo quarto mês consecutivo, enquanto os serviços públicos recuaram 0,3%. A utilização da capacidade subiu 0,2 p.p. para 79,7%, taxa igual a média de longo prazo do indicador.
Mesmo com a greve das montadoras, a produção industrial americana mostrou robustez em setembro e, em conjunto com os demais dados macroeconômicos, reforça o sentimento de que a economia americana segue sólida, fato que contribui para manter a inflação elevada, os juros futuros pressionados e o FED hawkish, abrindo espaço para um último ajuste na taxa de juros americana.
Contudo, esperamos que o impacto total da greve seja sentido em outubro e cause uma redução da produção de veículos, mas os outros segmentos podem compensar a queda.
Por fim, diante das expectativas do fim de ano mais fraco desde 2018, reforçamos nosso cenário de desaceleração na indústria, mas os dados vigorosos até o momento demandam cautela.