Fim da greve mascara dados de produção americana

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A produção industrial americana cresceu 0,2% em novembro, se recuperando parcialmente da queda de 0,9% observada em outubro. Entretanto, é importante pontuar que a retomada dos trabalhadores da indústria automotiva teve ampla contribuição no resultado e mascarou consideravelmente o número final.

Em comparação com novembro do ano passado, a variação foi de -0,4%. A produção manufatureira avançou 0,3% no mês e ficou 0,8% abaixo do resultado de novembro de 2022. O índice de produção de duráveis avançou 1,2%, enquanto a produção de não duráveis recuou 0,5%. A categoria de “outra produção” caiu 0,7%.

Entre os duráveis, a alta de 7,1% na produção de veículos motorizados e partes puxou o resultado após o fim da greve dos trabalhadores do setor, recuperando parte da queda de 9,9% do mês anterior.

Outras atividades dos duráveis que avançaram cerca de 1% foram os computadores e produtos eletrônicos e equipamentos de transporte diverso e aeroespacial. Quedas de 1% foram computadas pelos produtos de madeira e produtos diversos. Entre os não duráveis, o único crescimento foi registrado pela atividade de impressão e suporte (0,2%). Outras categorias contraíram, com destaque para têxteis (-1,9%) e vestuário e couro (-3,4%).

Ao mesmo tempo, a produção da mineração expandiu 0,3% entre meses e 2,3% entre anos. Por outro lado, o índice de serviços públicos caiu 0,4% e ficou 1% abaixo do patamar de 2022. A utilização da capacidade do setor industrial como um todo teve alta marginal para 78,8%, taxa 0,9 p.p. abaixo da média de longo prazo do indicador.

Como a produção de veículos e partes tem um peso considerável no cálculo (5,33%), a variação expressiva do mês causada exclusivamente pelo fim da greve gerou contribuição de cerca de 0,38 p.p. para a produção industrial final, mascarando de forma considerável o número real do período.

Sendo assim, desconsiderando o ganho da indústria automotiva, vemos uma produção industrial em contração em novembro, sinalizando a desaceleração do setor secundário à medida que as taxas de juros recordes começam a suprimir de forma mais efetiva a atividade econômica e em linha com a perda de ritmo mais recente dos demais indicadores.

[Fonte: Benndorf Research]

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