O analista fundamentalista Max Bohm e o analista técnico João Tonello compartilharam suas visões sobre o desempenho de PCAR3, INBR32, GOAU4, MRVE3, BEEF3 e MGLU3 na live do Ação e Reação desta semana, veiculada pela Nomos TV e realizada na última segunda-feira (15).
GPA [PCAR3]
Call de compra
O papel teve uma forte alta nos últimos dias, o que levantou diversas dúvidas aos investidores sobre os motivos do movimento. Max aponta que o valor de mercado da companhia é de R$ 1,29 bilhões e, apesar de também possuir uma dívida relevante, o analista assinala que a empresa dispõe de diversos ativos para poder vender e aliviar a alavancagem.
“Nesse nível de valuation, [a empresa] me atrai”, disse.
Graficamente, a ação vem batendo recordes de volume nas últimas negociações e, para Tonello, isso indica uma “compra clara”. O analista recomenda uma posição menor no ativo, já que ele subiu bastante nos últimos dias. Segundo Tonello, o alvo da operação ficaria em R$ 5,93 e o stop em R$ 4,06.
Banco Inter [INBR32]
Esperar momento
“Para mim, é um dos grandes cases do setor bancário”, disse Max. O analista declarou acreditar que a empresa deve mostrar evolução na rentabilidade em 2024, o que deve resultar em um fluxo maior para o papel.
Negocia 1,2 preço sobre o valor patrimonial (P/VP) e a expectativa de rentabilidade para 2024 é de 12%, de acordo com o analista. “Não me surpreenderia se a gente visse Inter a R$ 40,00”, declarou. Levando em conta as projeções para o banco neste ano, Max indica compra para INBR32.
Nos gráficos o ativo está em movimento de lateralização, com a formação de um quadrado, que é uma figura de continuidade altista, de acordo com Tonello. No entanto, a figura ainda está sendo formada, o que requer uma espera antes de novas entradas no papel.
Metalúrgica Gerdau [GOAU4]
Esperar momento
A Gerdau vem sofrendo neste início de ano, com a alta de importação do aço chinês, o que leva à queda do valor da obra-prima brasileira, informou Max. Apesar disso, o analista segue com a visão positiva para o case, citando o preço mais baixo do ativo e a distribuição de mais de 10% de yield.
“Quando eu olho isso, eu vejo um papel que tem um risco retorno bom”, afirmou. O especialista indica que o papel não deve avançar tão significamente em 2024, mas acredita ser uma boa adição para a carteira – ainda que em uma posição baixa.
“É uma empresa que […] eu prefiro acreditar na análise fundamentalista do que na técnica”, disse Tonello. Para o analista, o ativo não respeita os traços de análise técnica tanto quanto outros e os rompimentos acabam ocorrendo de forma atrasada.
No momento, o papel trabalha em uma figura semelhante a um canal de descanso e só teria uma boa entrada de compras a partir do rompimento de uma linha de tendência de baixa (LTB) ou com um fechamento semanal acima de R$ 10,70, pontua Tonello.
Minerva [BEEF3]
Não é compra no momento
Max destaca a aquisição de ativos significativa que a empresa realizou no ano passado, o que levou a um aumento da alavancagem da companhia e à queda de 50% de seus papéis. “Ou seja, investidores [estão] com dificuldade de enxergar uma geração de caixa para a companhia nos próximos anos”, disse o especialista.
Entretanto, o analista indica que o ciclo de carne melhorou e a demanda da China está “pujante”. Além disso, ele sinaliza que a Selic deve seguir caindo em 2024, o que pode ser benéfico para cases mais endividados, como o de Minerva.
“Na visão fundamentalista, eu acho interessante ter BEEF3, montar uma posição em BEEF3.”
No lado técnico, Tonello afirma que ainda não enxerga forças gráficas para compra no ativo. A ação segue lateral, sem indicativo de repique e todas as últimas compras realizadas foram absorvidas.
“Ele [o ativo] não tem a menor indicação de compra, por enquanto.”
MRV [MRVE3]
Não é compra no momento
Apesar da grande volatilidade que afetou o ativo na semana passada, Max afirma que o único dado concreto da construtora nos últimos dias veio positivo. “Ela [MRV] soltou a prévia operacional do quarto trimestre, veio um dado positivo, mostrando evolução nas vendas, mostrando depois de muito tempo uma geração de caixa positiva”, disse.
Para ele, este resultado prevê uma perspectiva positiva para MRV em 2024. O analista também abordou a reação negativa do mercado a um rumor de que a construtora iria alterar seu guidance para o ano, o que não passa de um boato.
“A gente tem que analisar o fato e os fatos mostram uma empresa que apresentou um bom dado operacional”, declarou. Negocia a 0,6 vezes P/VP, o que, na visão de Max, a torna a construtora mais barata para se investir. O especialista indica compra, no lado fundamentalista.
Graficamente, o ativo está em uma região de suporte nos R$ 7,85, sinaliza Tonello. A ação perdeu média 9 e, com isso, teve uma queda significativa, mas o analista sugere a manutenção do papel para aqueles que já o possuem.
Por outro lado, ele indica que não há um ponto de compras imediato. Para novas entradas no ativo, o especialista aponta que é preciso novos sinais de alta, como um sinal de gap feito pela ação em outubro do ano passado.
Magazine Luiza [MGLU3]
Não é compra no momento
Apesar da ansiedade do mercado de um possível retorno às altas de Magazine Luiza, Max declara preferir esperar o balanço comercial do quarto trimestre de 2023 antes de se posicionar no case.
“Nesse momento, me faltam sinalizações em termo de fundamento para poder recomendar Magazine Luiza.”
Nos gráficos, Tonello afirma que o rompimento da máxima da semana passada seria um ótimo momento para compras. “O problema seria a questão de risco retorno”, disse ele. De acordo com o analista, MGLU3 não garantiria um stop barato – em 21,5%, segundo Tonello – no momento e o especialista prefere investir em empresas melhores na visão macro.
Assista à live completa: