DISCLAIMER: o texto a seguir trata apenas da opinião do autor e não necessariamente reflete a opinião institucional da Nomos Investimentos ou do TradeNews.
Estamos quase completando 10 anos desde a primeira vez em que comprei ações da Nvidia na minha carteira de investimentos. Refletindo sobre essa ação, sempre vi a empresa como uma força motriz na inovação tecnológica, transformando setores inteiros e preparando o terreno para futuros avanços que estarão cada vez mais presentes no nosso dia a dia.
Mesmo assim, como o público em geral costuma ter contato apenas com uma algumas de suas linhas de produtos e serviços, a Nvidia é frequentemente reduzida a apenas uma fabricante de placas de vídeo e, mais recentemente, de chips para inteligência artificial.
Desde sua fundação em 1993, a Nvidia focou no desenvolvimento de soluções gráficas avançadas para computadores, lançando as primeiras GPUs que a tornaram conhecida. Em 2006, ela deu mais um grande passo ao criar a plataforma CUDA, permitindo que suas placas fossem usadas para computação paralela em aplicações além dos gráficos (abordei mais isso no meu penúltimo artigo).
Com o surgimento de novos conceitos de “inteligência artificial”, como o deep learning, as GPUs tornaram-se essenciais para o treinamento de redes neurais. A empresa investiu muito no desenvolvimento de softwares e bibliotecas para essa tecnologia, além de formar parcerias com as gigantes da nuvem como AWS, Google Cloud e Microsoft Azure.
Isso permitiu que empresas e instituições acadêmicas usassem o poder dessas placas para uma variedade de aplicações, desde análise de grandes volumes de dados até renderização em tempo real.
Atualmente, a versatilidade das tecnologias da NVIDIA tem impulsionado a transformação em múltiplos setores:
– Saúde e Biotecnologia: a plataforma Nvidia Clara utiliza IA para melhorar diagnósticos, análise genômica e descoberta de medicamentos, transformando a maneira como doenças são detectadas e tratadas.
– Automotivo: a plataforma Nvidia Drive fornece soluções de ponta-a-ponta para veículos autônomos.
– Robótica e IoT: com as plataformas Jetson e Isaac, a Nvidia está na vanguarda do desenvolvimento de robôs e dispositivos inteligentes, permitindo automatizar ainda mais etapas das indústrias de manufatura e agricultura.
– Energias Renováveis: ferramentas de modelagem e simulação da Nvidia ajudam a otimizar sistemas de gestão e economia de energia.
– Previsão Climática: com o programa Earth-2, a Nvidia realiza simulações complexas de previsão climática, até mesmo dentro de cidades, ajudando a entender e mitigar os impactos das mudanças climáticas.
– Cibersegurança: as tecnologias da Nvidia aceleram a análise de grandes volumes de dados, melhoramos a detecção e o tempo de resposta a ameaças cibernéticas em tempo real.
– Comunicação: a plataforma Nvidia Aerial suporta redes 5G baseadas em IA (nem vou falar de 6G aqui), aumentando a eficiência e a capacidade das redes de comunicação.
Olhando para o futuro, a Nvidia promete continuar na vanguarda de várias frentes tecnológicas. É importante lembrar que, assim como é no mundo que vivemos hoje, as tecnologias que transformarão nossas vidas daqui a 30 anos provavelmente já existem, mas ainda não estão prontas para adoção em massa (ou o mundo não está pronto para elas).
Ainda hoje, notamos tecnologias como Realidade Virtual e Computação Quântica que parecem ser muito promissoras, mas ainda vão demorar um pouco para serem amplamente adotadas, precisando de muita pesquisa e desenvolvimento.
Por fim, a Nvidia é muito mais do que apenas IA de GPUs. A empresa continua a moldar o futuro em diversos setores. É realmente impressionante, mas antes de sair correndo para investir, será que ela é realmente a melhor opção entre as fabricantes de chips? A AMD, com suas soluções de código aberto e preços competitivos, e a Intel, com suas novas investidas no mercado de GPUs, também têm avanços impressionantes.
Quem sabe a verdadeira campeã dos chips ainda não foi coroada? A grande beleza desse mercado é que ele é vasto e cheio de oportunidades e, principalmente, ele sempre tem mais de uma história para contar.