Próxima semana tem payroll e PMI Composto do Brasil, além de oportunidade em BPAC11

A partir das cartas de gestores e de pesquisa interna da XP Investimentos, o TradeNews teve acesso às perspectivas das principais gestoras de fundos do Brasil para o cenário político-fiscal do país do próximo ano

Panorama de 1º a 5 de julho

O Ibovespa começou a última semana em alta, com alívio na percepção de risco  na esteira da decisão do Copom. Porém, o índice passou a próxima terça (25) e quarta-feira (26) em baixa, refletindo a ata do Comitê.  Por outro lado, no dia seguinte, o Ibovespa avançou levemente, em meio à rejeição do presidente Lula à possibilidade de desvincular da política de valorização do salário mínimo o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as pensões.

Nesta sexta-feira (28), o índice voltou a cair, meio ao estresse do dólar, atribuído em parte a novas falas de Lula sobre o Bacen. Ainda assim o Ibovespa fecha a semana acima dos 123.000 pontos.

Na próxima semana, a agenda econômica será agitada no exterior, com poucos dados relevantes sendo divulgados no Brasil. Os dados do mercado de trabalho nos EUA ao longo da semana são os principais indicadores da semana, mesmo com feriado na maior economia do mundo fechando as negociações em Wall Street na quarta à tarde (03) e o dia todo na quinta-feira (04).

Os cenários políticos na França e no Reino Unido também ficarão no radar dos investidores. Os franceses vão às urnas no domingo (30) para o primeiro turno da eleição parlamentar, enquanto os britânicos vão escolher novos membros da Câmara dos Comuns na quinta-feira.

Radar de Proventos

Na próxima segunda-feira (01) ficam “ex-dividendos” os ativos da JHSF [JHSF3], Itaú [ITUB4], Sanepar [SAPR4], WEG [WEGE3], ABC Brasil [ABCB4], CSU Digital [CSUD3], Porto [PSSA3], Kepler Weber [KEPL3], Vibra [VBBR3] e Rede D’Or [RDOR3]. 

Na terça-feira (02) é a vez de Bradesco [BBDC4], Neoenergia [NEOE3] e Iochpe-Maxion [MYPK3].

Já Armac [ARML3]* e Cruzeiro do Sul Educacional [CSED3]* se tornam “ex” na quinta-feira (04), enquanto na sexta-feira (05) é a vez de Guararapes [GUAR3].

*O relatório da Bloomberg aponta que as datas em que estas ações ficam “ex-proventos” são apenas previsões, não estão confirmadas, estando sujeitas a mudanças.

Panorama do Ibovespa

A semana foi positiva para o mercado interno, com vários pregões trabalhando na ponta compradora com um bom fluxo de compra, descreveu o analista técnico Filipe Borges. Ele reforça, no entanto, que a tendência principal do Ibovespa ainda é de queda.

Desempenho do Ibovespa de outubro de 2023 a junho de 2024. [Fonte: Nelogica]

Há topos e fundos descendentes tanto no gráfico diário quanto no gráfico semanal.Era até esperado uma certa correção depois que o mercado montou e mostrou um bom fundo na região dos R$119 mil.” Tal correção iria entre R$ 123,5 mil a R$ 125,2 mil.

O analista destaca também uma região de atenção principalmente para compras de swing trade, nas quais as operações têm que ser “muito bem selecionadas, porque o mercado está numa região de pressão vendedora”, que anteriormente era uma região de suporte forte. Agora, uma vez rompido, ele passa a ser uma resistência. 

Dicas de Trades

BTG Pactual [BPAC11]

A unit do BTG vem rompendo um suporte que não rompia desde o início de maio deste ano, com aumento de fluxo vendedor, aumento de volume e espaço para novas quedas no ativo, segundo Filipe. Desde que o ativo bateu R$ 38,50, “não teve mais força para andar, caracterizando topos e fundos descendentes no gráfico diário e rompendo mais um suporte, o que reforça a tendência de baixa”. 

O analista vê espaço para BPAC11 cair e buscar o próximo suporte, até a região dos R$ 28,70.Esse é um ponto que, se o ativo buscar, tem que segurar, porque senão ele perde um suporte do gráfico mensal e pode pesar um pouquinho mais.”

Desempenho de BPAC11 de abril de 2023 a junho de 2024. [Fonte: Filipe Borges/Nelogica]

Indicadores econômicos

Após mais um resultado surpreendente em maio e sinais de força na atividade econômica nos indicadores mais recentes, o analista da Benndorf Research Marco Ferrini espera mais um payroll acima das expectativas do mercado, sinalizando outra vez a resiliência do mercado de trabalho americano. 

Ele ressalta que o baixo desemprego e os salários elevados são os principais motivos para manter a economia americana em crescimento e a inflação persistente, de modo que resultados fortes do payroll colaboram para manter o Fed cauteloso na condução da política monetária e ampliando a chance de vermos apenas um único corte na taxa básica do país em 2024.

No Brasil, o analista projeta que o PMI Composto Brasil siga bastante robusto em junho, mantendo o comportamento observado nos últimos meses em que o setor de serviços se destaca com crescimento mais acelerado do que a indústria. 

Além disso, ele prossegue, em meio ao cenário ainda bastante favorável de mercado de trabalho robusto com desemprego em queda e salários em alta, o setor terciário acaba se beneficiando de modo mais imediato do que a indústria, visto que os juros ainda seguem elevados e com a condução mais cautelosa da política monetária do Copom até podemos ver impactos nos próximos resultados.

“De modo geral, mantemos a perspectiva positiva para os segmentos mais cíclicos da economia brasileira em 2024, em especial o consumo discricionário e indústrias de bens duráveis e bens de capital”, concluiu.

Calendário Macroeconômico

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