IPP dos EUA sobe menos, mas ainda demanda cautela

por Benndorf Research

O Índice de Preços ao Produtor americano subiu 0,2% em dezembro, menos do que as projeções de 0,4% do mercado. Na comparação anual, o índice acelerou para 3,3%, marginalmente abaixo dos 3,4% esperados. Já o núcleo do índice registrou variações de 0,1% m/m e 3,3% a/a.

A alta de dezembro pode ser atribuída unicamente ao avanço de 0,6% no índice de bens. O índice de serviços ficou inalterado no período.

Entre os bens, o avanço pode ser justificado pelo avanço de 3,5% no índice de energia, enquanto o índice de alimentos recuou 0,1%. Já entre os principais produtos que impactaram o resultado, a gasolina (9,7%) se destaca. Outros itens, como energia elétrica residencial, carnes e veículos motorizados também expandiram. Do lado das quedas, o índice de vegetais frescos e secos recuou 14,7%.

A estabilidade dos serviços resultou do aumento de 2,2% no índice de transporte e armazenamento, que foi compensado pelos recuos nos índices serviços exceto comércio, transporte e armazenamento, e dos serviços comerciais. Os componentes de maior destaque no resultado foram o transporte de passageiros (7,2%), com os serviços de depósito, varejo de combustíveis e lubrificantes automotivos e varejo de alimentos também avançando, enquanto os preços de hospedagem de viajantes (-6,9%) e atacado de veículos e maquinário, serviços de empréstimo e atacado de alimentos contraíram.

Apesar dos resultados melhores do que o esperado, o IPP americano continua demonstrando uma trajetória desinflacionária mais lenta e que requer atenção, ainda mais após os incêndios florestais de Los Angeles, que devem causar impactos significantes para a economia do país. Dito isso, vamos ainda mais razões para o FED manter uma postura mais hawkish ao longo de 2025, potencialmente travando a grande melhora esperada e levando a uma quebra de expectativa do mercado. Por fim, a tendência de cautela com a política monetária externa reflete no comportamento do Copom, que deve seguir a mesma linha visando conter as expectativas de inflação e o risco-país, dificultando o ambiente de investimentos local.